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Mercados: cenário político no centro das atenções

O cenário político continua no centro das atenções nesta terça-feira. Ontem, os mercados reagiram de forma negativa às suspeitas de pagamento de propina na privatização da Companhia Vale do Rio Doce. O cenário econômico já é afetado.

Por Agencia Estado
Atualização:

As denúncias veiculadas pela imprensa neste final de semana já provocaram estragos no mercado financeiro ontem e devem continuar influenciando os negócios nesta terça-feira. O dólar voltou a subir com força, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu e os títulos brasileiros perderam valor no mercado internacional. Já a taxa de risco do País chegou a 912 pontos base. Foi o patamar mais alto neste ano. Veja mais informações sobre a questão política nos links abaixo. O fato é que, com a escalada da taxa de risco, os títulos brasileiros precisam ser negociados com juros mais elevados no exterior. Ou seja, no mercado internacional, o investidor exige taxas mais altas para compensar o aumento do risco do Brasil. Para o mercado interno, a conseqüência é o repasse da alta das taxas de juros, já que as empresas brasileiras também terão que pagar juros mais altos na colocação de seus papéis no mercado internacional. A alta do dólar é outra conseqüência desta situação. Isso porque há uma tendência forte para que o investidor aumente a demanda por moeda norte-americana como forma de proteção, o que pressiona para cima as cotações. Este deve ser um cenário a ser considerado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua próxima reunião, que será realizada nos dias 21 e 22 de janeiro. O encontro tem por objetivo reavaliar a Selic, a taxa básica de juros da economia, visando o cumprimento da meta de inflação. Neste ano, a meta é de 3,5% com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Analistas já falavam em uma redução da taxa neste mês, dado que os últimos índices de inflação divulgados vieram abaixo das expectativas. Exemplo disso foi a inflação medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado apontou para uma alta de 0,06%, o mais baixo desde novembro de 2000, quando o índice tinha registrado deflação de 0,05%. Mas o dólar voltou a subir e os analistas não têm nenhuma certeza de qual será o patamar em que a moeda norte-americana vai se estabilizar. Para a decisão sobre os juros, os técnicos do Comitê estarão atentos a este movimento e à forma como a alta do dólar será repassada para os preços, afetando os índices de inflação. Ou seja, ainda faltam aproximadamente 15 dias para a reunião do Copom, mas o certo é que este novo quadro pesará de alguma forma sobre a decisão do Comitê. Fed reavalia juros hoje Nos Estados Unidos, o Banco Central (Fed) reavaliará hoje a taxa de juros do país. Atualmente os juros estão em 1,75% ao ano e a expectativa dos analistas é de manutenção da taxa. Os dados sobre a economia norte-americana já apontam, em sua maior parte, para uma recuperação da atividade econômica, mas ainda há resultados fracos, como os números do mercado de trabalho.

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