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Mercados com equilíbrio atentos à Argentina

Depois de anunciar novas medidas econômicas, o governo argentino espera conter o ânimo da população do país. Por outro lado, as novas regras aumentam o prejuízo dos bancos. No Brasil, os mercados permanecem atentos, mas equilibrados.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de anunciar novas medidas econômicas, o governo argentino espera conter o ânimo da população do país. A principal medida dá a opção aos titulares de cadernetas de poupança em dólares de converter até US$ 5 mil para pesos, pela cotação oficial de $1,40 peso por dólar. O limite anterior era de US$ 3 mil. Segundo apuração da enviada especial Denise Chrispim Marin, antes mesmo do anúncio das medidas, o presidente Eduardo Duhalde já defendia as novas regras, alegando que beneficiariam 78% a 80% dos poupadores. Por outro lado, isso aumento o prejuízo para os bancos, já que eles terão que devolver os recursos dos poupadores por uma taxa de câmbio irreal. Ontem, por exemplo, o dólar atingiu a marca de $2,20 pesos, fechando em $2,10, mesmo com a intervenção do Banco Central do país. Esta situação pode levar muitos bancos estrangeiros a fecharem suas portas na Argentina. O Banco Santander Central Hispano (BSCH) já admitiu que isso pode acontecer, caso haja uma quebra do sistema financeiro do país. A edição de hoje do The Wall Street Journal traz uma matéria sobre a situação do FleetBoston Financial Corp. na Argentina. Segundo a reportagem a instituição indicou que tem alocado na Argentina US$ 900 milhões, de um patrimônio total de US$ 20 bilhões. Oficialmente a instituição nega a idéia de sair da Argentina, mas "analistas imaginam que se o banco decidisse fechar as operações no país ou vender os ativos numa liquidação de última hora, a baixa contábil máxima seria de US$ 500 milhões, depois dos impostos". Segundo informa a reportagem, esta baixa corresponde ao valor que o banco gastaria para transformar todos os empréstimos de seus correntistas em despesas próprias e continuar atuando no país. E, neste caso, além de arcar com este prejuízo, o banco ainda ficaria exposto à situação argentina. A perspectiva de saída dos bancos da Argentina pode até não afetar a situação momentânea, mas é um fator de grande preocupação para o futuro, já que eles são fontes de recursos para financiamento da atividade econômica. Ou seja, mesmo que o país consiga atravessar este período de turbulência maior e resolver seus problemas imediatos, terá sérias dificuldades para voltar a crescer. Veja mais informações sobre a Argentina nos links abaixo. Brasil: juros e inflação Internamente, continuam as preocupações com a tendência para a inflação. Nesta manhã, foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), referente à segunda quadrissemana de janeiro. O resultado ficou em 0,58%, me próximo do patamar máximo previsto pelos analistas, de 0,60%. Na primeira quadrissemana, o Índice ficou em 0,46%. A inflação tem sido acompanhada com atenção pelos analistas, já que a política monetária tem sido guiada pelo cumprimento das metas de inflação. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se para reavalia a Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 19,0% ao ano. A expectativa da maioria dos analistas é de manutenção dos juros. Em 2001, a meta não foi cumprida e, neste ano, é ainda mais apertada, o que deve deixar o Copom bastante conservador com a condução da política monetária. A meta de 2002 é de 3,5%, com possibilidade de alta ou baixa de dois porcentuais. A projeção do BC é de um resultado de 3,7%, com juros médios em 19% ao ano e taxa de câmbio de R$ 2,35 (veja mais informações no link abaixo). Veja os números do mercado financeiro No mercado de juros, os contratos de swap (troca) de juros prefixados por pós-fixados com prazo de um ano pagam juros de 20,40% ao ano, frente a 20,27% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta de 0,17%. No mercado cambial, a moeda norte-americana é vendida a R$ 2,3750, com queda de 0,25%. Não deixe de ver no link abaixo as perspectivas dos analistas para a semana no mercado financeiro e as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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