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Mercados continuam tensos

A desaceleração da economia dos EUA está afetando os resultados das empresas, o que afeta diretamente as bolsas. No Brasil, que também sofre com as dificuldades da Argentina, os investidores continuam tensos e o dólar não pára de subir.

Por Agencia Estado
Atualização:

As altas nas bolsas de Nova York de ontem não foram suficientes para recuperar as perdas do dia anterior, mas tranqüilizaram um pouco os investidores. Mesmo assim, o clima continua bastante tenso, como comprovam as oscilações observadas, com o acúmulo de fatores negativos. A forte desaceleração econômica nos Estados Unidos está prejudicando os resultados das empresas. E a ameaça de recessão no Japão contribui para a piora do cenário. Para o Brasil, a situação argentina é mais um agravante. O novo ministro da Economia, Ricardo López Murphy, deve anunciar um novo pacote de austeridade fiscal na quinta-feira. Porém as resistências políticas ao pacote já estão gerando pessimismo nos mercados. Ontem o governo leiloou títulos da dívida pública, tendo de pagar juros mais elevados do que no leilão anterior. O fato é que o país está em recessão há mais de 30 meses e com indicadores sociais cada vez piores, gerando muita oposição a cortes orçamentários. O cenário externo preocupa os investidores no Brasil em relação ao fluxo de dólares para o País. Todos os fatores acima restringem, ao menos teoricamente, a entrada de capital, embora seja difícil avaliar em que medida. O câmbio tem sido especialmente sensível ao noticiário internacional. Ontem, enquanto as bolsas em Nova York e São Paulo apresentavam uma tímida recuperação, o dólar prosseguia em alta. O mesmo se deu com os juros, já que naufragou qualquer expectativa de queda na Selic - a taxa básica referencial de juros - na próxima reunião do Copom, dias 20 e 21. De qualquer forma, a boa situação econômica brasileira, embora incapaz de isolar, ao menos amortece o País das turbulências internacionais. O Merril Lynch, uma das maiores instituições estrangeiras internacionais, melhorou as suas previsões para o Brasil. Muitas outras têm recomendado investimentos aqui devido à relativa autonomia do País em relação à desaceleração que muitas economias estão sofrendo.

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