PUBLICIDADE

Mercados dão uma pausa na euforia

Depois de algumas semanas de recuperação das cotações, os investidores decidiram ontem embolsar os ganhos acumulados. A principal razão foi a percepção de que ainda há muitos riscos, especialmente no cenário externo. Pode ser uma pausa ou o fim do otimismo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de semanas de euforia, reforçada nos últimos dias, os mercados deram uma pausa ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) despencou 4,29%, os juros subiram e até o dólar subiu um pouco, embora ainda continue abaixo de R$ 2,50. No fechamento, o comercial para venda ficou em R$ 2,4820. Os riscos do cenário externo e as pressões inflacionárias contiveram o otimismo dos investidores. A primeira decepção veio quando o governo declarou por várias fontes que perseguirá a meta de inflação do ano que vem obstinadamente. Como os índices estão pressionados, deve se entender que a Selic, taxa básica referencial de juros da economia, não será reduzida nos próximos meses, como os investidores desejavam. O problema é que o crédito mais barato estimularia o consumo e as remarcações, o que a equipe econômica pretende evitar. Outro problema que não desapareceu, e que os mercados preferiram ignorar ultimamente, são as incertezas do cenário externo. A crise da Argentina parece interminável, mas agrava-se a cada momento. A situação financeira do país é muito frágil, especialmente no que diz respeito às reservas internacionais. As estratégias do governo não têm surtido efeito prático e preocupam os investidores. Prova disso é que o risco país agora mantém-se em torno de 3000 pontos-base (leia mais a respeito no link abaixo). O risco de um colapso econômico com conseqüências devastadoras é cada vez maior. E os Estados Unidos mergulham na recessão, arrastando o resto do mundo, ainda que as previsões sejam de recuperação rápida a partir do segundo semestre do ano que vem. O Fed - banco central norte-americano - divulgou relatório econômico mostrando que continua a desaceleração da economia, fato confirmado pela forte queda no índice de confiança do consumidor de novembro, o qual atingiu o menor nível desde o início de 1994. A guerra é outra preocupação. Os sucessos militares e diplomáticos no conflito do Afeganistão trouxeram maior confiança aos mercados, mas agora o presidente George W. Bush faz ameaças ao Iraque, o que pode detonar mais uma crise internacional grave. Dadas todas as incertezas, o que se pergunta no mercado brasileiro é se a recuperação acabou e agora a recuperação será bem mais lenta, ou se ainda há espaço para otimismo e essa foi apenas uma pausa. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.