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Mercados devem ter pequena recuperação

A crise política aparentemente está encerrada, mas ainda restam muitas outras. Pode ocorrer uma pequena recuperação das cotações, mas ela será limitada pela crise energética, situação argentina, comportamento da economia dos EUA e sucessão presidencial.

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao que tudo indica, a crise política chegou ao fim com a renúncia de Antônio Carlos Magalhães ao seu mandato. Mesmo que nada de novo surja, ainda restam a crise energética, a desaceleração persistente da economia norte-americana e as incertezas em relação à Argentina. Ou seja, qualquer melhora no humor dos investidores deverá ser pequena, já que o cenário permanece negativo. Fica no centro das atenções a crise energética, que certamente afetará o desempenho da economia e o volume de investimento estrangeiro direto, embora ainda não se saiba quanto. O racionamento nem foi implementado e julga-se que os efeitos da falta de energia serão muito mais graves se houver apagões. Assim, ainda é cedo para avaliar o que acontecerá enquanto durar a época seca no Centro-Sul do Brasil. Será um período de incertezas e oscilações, especialmente nas próximas semanas. Copom divulga a ata da reunião Começa a ser divulgada a ata da última reunião mensal do Conselho de Política Monetária (Copom), realizada no dia 23 passado. Na ocasião, a Selic - taxa básica referencial de juros da economia - foi elevada de 16,25% para 16,75% ao ano. A justificativa do Copom para a decisão foi "a persistência das pressões já existentes sobre a taxa de inflação e os prováveis efeitos secundários da crise de energia ". A ata contém a análise mais detalhada da conjuntura do ponto de vista do governo (veja mais informações a seguir). O mercado avalia que a decisão de elevar os juros deveu-se aos altos patamares do dólar, os reajustes de tarifas, os elevados preços do petróleo nos mercados internacionais e a perspectiva de deterioração das previsões iniciais para a economia brasileira por causa da crise energética. Amanhã acontece o swap argentino Até amanhã, as instituições financeiras devem fazer suas ofertas para a troca de títulos da dívida de curto prazo da Argentina. Os valores finais da operação - volume e taxa de juros dos novos papéis, especialmente - serão divulgados na segunda-feira. A operação alivia o caixa do governo nos próximos anos, mas pode elevar significativamente a dívida do país por causa dos juros. Além disso, não é solução, mas um paliativo para dar mais tempo para a economia voltar a crescer. Tendo êxito na reestruturação da dívida, ainda resta ao governo tirar a economia da depressão e atingir as ambiciosas metas acertadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os mercados permanecerão bastante cautelosos com a situação argentina, pois um colapso afetaria o Brasil imediatamente. A crise política aparentemente está encerrada Nos últimos meses, os mercados operaram com muita cautela com o escândalo de violação do painel do Senado, possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção no Executivo federal, a disputa entre ACM e o presidente do Senado, Jader Barbalho, e várias acusações de irregularidades, inclusive contra Jader. Em seu discurso, ACM indicou que postulará uma vaga para o Senado nas eleições do ano que vem e, apesar das críticas ao presidente da República e a adversários, não foram divulgados fatos novos que comprometessem o governo. A tônica do discurso pendeu para a defesa da honra, o ataque a uma suposta perseguição política pelos demais senadores e a expressão da sua sensação de traição pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele também ressaltou méritos próprios na carreira política e criticou alguns pontos vulneráveis do desempenho do governo. Aparentemente, ao menos, só resta ao governo tentar retomar sua popularidade para eleger o novo presidente nas eleições do ano que vem. A tarefa, porém, não é nada simples, e cada vez mais os mercados estarão atentos para as possibilidades eleitorais da oposição, e os riscos que elas podem trazer à política econômica. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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