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Mercados devem testar calmaria trazida pelo Fed

"A questão é saber se essa calmaria vai permear os negócios nos mercados daqui para a frente ou se é circunstancial", afirmou Rodrigo Boulos, tesoureiro do Banif Investment Bank

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro vai testar nesta virada de semestre se a calmaria que se seguiu ao comunicado do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) após a reunião de quinta-feira veio para ficar. O sinal do Fed de que, depois do novo aumento de 0,25% no juro básico para 5,25%, o ciclo de aperto monetário nos EUA pode estar perto do fim relaxou momentaneamente a tensão nos mercados. "A questão é saber se essa calmaria vai permear os negócios nos mercados daqui para a frente ou se é circunstancial", diz Rodrigo Boulos, tesoureiro do Banif Investment Bank. Ele lembra que, mais que as decisões ou comunicados do Fed, o mercado está mais sensível e reagindo negativamente às declarações de governadores do banco central americano. A agenda não prevê nenhuma declaração de membros do Fed esta semana, também mais fraca em dados nos EUA e com um feriado, o do Dia da Independência, na terça-feira. O feriado tende a reduzir a movimentação de negócios também nesta segunda-feira, quando alguns mercados americanos não funcionam ou encerram o expediente mais cedo. A indicação do Fed, segundo especialistas, não vai distrair a atenção dos mercados com os indicadores econômicos dos EUA enquanto não houver um sinal mais claro dos rumos da política monetária americana nos próximos meses. A próxima reunião do Fed está marcada para o dia 8 de agosto. Entre os dados de destaque que serão divulgados nos EUA esta semana estão o índice de atividade nacional dos gerentes de compra de junho, na segunda. Outro indicador importante, que será conhecido na sexta-feira, são os números referentes ao nível de emprego - número de postos de trabalho criados e taxa de desemprego - de junho. Os indicadores de inflação estarão no foco dos mercados no cenário doméstico. Na quarta-feira, será conhecida a inflação de junho pelo IPC da Fipe; na quinta, o IGP-DI e, na sexta, o IPCA, ambos também de junho. A previsão é que os índices ao consumidor apontem deflação ou variação negativa de preços. Um indicador econômico de destaque é o referente à produção industrial de maio, que será divulgado pelo IBGE na quinta-feira. A idéia é que os novos dados de inflação corrente e de atividade dêem munição para o mercado fazer apostas sobre a decisão do Copom em relação aos juros na próxima reunião. O tesoureiro do Banif Investment Bank comenta que o cenário não está isento de volatilidade, mas a agenda fraca e o feriado nos EUA acenam com uma semana de negócios mais calma no mercado financeiro.

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