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Mercados: dia de poucos negócios

A sexta-feira espremida entre um feriado e um final de semana deve retrair ainda mais os investidores. Mas isso não significa que os negócios ficarão estáveis. As crises de energia e argentina ainda deixam os investidores inseguros.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro no Brasil deve ficar com volumes de negócios ainda mais reduzidos nesta sexta-feira em função do feriado de ontem. A única expectativa para o dia é a divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI) norte-americano referente ao mês de maio. O resultado deve atrair a atenções dos investidores, já que trata-se de um número que tem forte influência sobre a decisão do banco central dos EUA (Fed) em sua política de juros. Desde o início do ano, o Fed vem reduzindo as taxas de juros norte-americanas, que estão em 4,0%, com o objetivo de evitar um desaquecimento muito forte da economia do país. Ao mesmo tempo, o Fed vem se mantendo atento à trajetória da inflação, pois a tendência para os juros não pode comprometer o controle da inflação. Ontem foi divulgado o índice de inflação ao produtor (PPI) - alta de 0,1%. Em abril, o índice havia subido 0,3%. As bolsas em Nova York fecham o dia em queda. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em baixa de 1,67%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 3,66%. Tendência para o dólar é de alta Apesar da perspectiva de poucos negócios no mercado nesta sexta-feira, os investidores devem ficar muito atentos à cotação do dólar que, na quarta-feira, chegou a um novo recorde do Plano Real, de R$ 2,4220 na ponta de venda dos negócios - alta de 0,71% sobre o fechamento de terça-feira. Com essa alta, a moeda norte-americana amplia sua valorização frente ao real em 2,03% no acumulado do mês de maio e de 23,14% neste ano. Os fatores conjunturais têm perspectivas muito negativas e isso desvaloriza o valor do real. São eles: as incertezas em relação à crise de energia no Brasil, processo eleitoral em 2002 e incertezas em relação à Argentina. Como em todas estas questões as soluções no curto prazo, os investidores continuarão pessimistas em relação ao futuro. A crise de energia deve provocar uma redução forte dos investimentos diretos para o Brasil. No ano passado, este total ficou em US$ 30 bilhões e os analistas apostam que em 2001, este montante não deve ultrapassar US$ 16 bilhões. Além disso, com a escassez de energia, as empresas devem reduzir a produção, impactando de forma negativa no saldo da balança comercial. Esse cenário vem aumentando a possibilidade de que o presidente da República Fernando Henrique Cardoso não consiga eleger um sucessor, abrindo o espaço para a eleição de um candidato de oposição. Isso gera incertezas para os investidores, pois não se sabe qual será a condução da política econômica, caso esse cenário se confirme. A Argentina, apesar da troca (swap) de títulos da dívida argentina de curto prazo por papéis com vencimento mais longo, ainda gera incertezas. Isso porque o país necessita de medidas que provoquem um reaquecimento da economia e o equilíbrio das contas fiscais. Na quarta-feira, depois do fechamento dos negócios, o ministro de Economia da Argentina, Domingos Cavallo, disse que o governo argentino vai anunciar medidas macroeconômicas na próxima semana. Segundo ele, as medidas afetarão o Brasil de modo positivo, mas não antecipou quais serão. Investimentos Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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