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Mercados: dólar sobe 1,44% e Bolsa cai 4,08%

Rumores sobre o resultado de uma pesquisa eleitoral a ser anunciado nos próximos dias deixaram os investidores apreensivos no final dos negócios. O dólar chegou a R$ 2,4750. Patamar mais alto desde 30 de novembro de 2001. Bolsa recuou 4,08%. Risco-país é o mais alto no ano.

Por Agencia Estado
Atualização:

Rumores sobre o resultado de uma pesquisa eleitoral a ser anunciado nos próximos dias, indicando uma queda do pré-candidato do PSDB José Serra nas intenções de voto, deixaram os investidores apreensivos no final dos negócios. O dólar comercial chegou a ser cotado a R$ 2,4750 - o patamar mais elevado desde o dia 30 de novembro de 2001, quando a moeda norte-americana foi negociada a R$ 2,4960. Nas últimas operações do dia, o dólar foi vendido a R$ 2,4730, em alta de 1,44% em relação ao fechamento de ontem. A pesquisa encomendada pela Três Editorial/ Revista IstoÉ ao Instituto Toledo & Associados é a primeira apuração realizada após a divulgação de suspeitas de pagamento de propina ao ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, no processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Oliveira foi tesoureiro da campanha de Serra ao Senado em 1994. Já havia entre os investidores uma forte preocupação de que este caso prejudicasse a candidatura de Serra. Os rumores que circularam entre os bancos hoje apontam para uma queda de Serra para o quarto lugar na pesquisa. Os investidores também temem que a imprensa traga novidades no final de semana, que possam prejudicar ainda mais a candidatura do presidenciável do PSDB. Atraso com CPMF preocupa investidores O cenário político preocupa os investidores também pelo atraso na tramitação da emenda que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O processo está parado no Senado Federal e hoje, em entrevista à Rádio Eldorado, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, voltou a formalizar um apelo para que o Senado vote a questão rapidamente (veja mais informações sobre a entrevista com o ministro no link abaixo). O fato é que, a partir de junho, sem esta decisão, a CPMF deixa de ser arrecadada, provocando uma queda na arrecadação em torno de R$ 400 milhões semanais. Vale lembrar que, por lei, a decisão de manutenção da cobrança da CPMF, caso seja aprovada, terá validade apenas após 90 dias da data da decisão. Ou seja, se a emenda que prorroga a CPMF fosse aprovada hoje, a Receita Federal já estaria acumulando um prejuízo em torno de R$ 5 bilhões. O governo já anunciou que, para compensar esta queda na arrecadação, poderá adotar medidas para aumento dos impostos ou corte gastos. São decisões muito impopulares para um ano eleitoral, as quais podem influenciar de forma negativa o desempenho da candidato do governo à sucessão presidencial. Bolsa e juros O pessimismo dos investidores tomou conta também do mercado acionário. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia em baixa de 4,08%. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma perda de 7,52% em maio. O volume de negócios hoje ficou um pouco acima de R$ 504 milhões. Entre as ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa - as maiores quedas foram registradas pelas ações preferenciais (PN, sem direito a voto) e ordinárias (ON, com direito a voto) da Embratel Parcipações. As baixas foram de 11,44% e 10,89%, respectivamente. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) pagavam juros de 19,220% ao ano, frente a 19,080% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em junho apresentavam taxas de 18,340% ao ano, frente a 18,350% ao ano registrados ontem. Risco-país do Brasil é o mais elevado no ano Hoje, a taxa de risco-país do Brasil chegou a 950 pontos base às 17h30. Trata-se do patamar mais alto no ano. Este indicador mede a confiança dos investidores quanto à capacidade do País em honrar seus compromissos externos. É calculando apurando-se a diferença entre os juros pagos pelo governo brasileiro em seus títulos de longo prazo em relação aos juros norte-americanos. Ou seja, quanto maior a taxa de risco-país do Brasil, maior é a diferença entre os juros pagos pelo governo brasileiro e o governo norte-americano. Neste momento de incertezas em relação ao encaminhamento do processo eleitoral, o investidor estrangeiro pede juros mais altos para comprar títulos brasileiros. Isso porque quanto maior é a incerteza ou risco associado a uma aplicação financeira, maior é a taxa de juros exigida pelo investidor. É normal que, para captar recursos, a aplicação de maior risco ofereça uma taxa mais elevada como forma de incentivo ao investidor - ou "prêmio de risco". Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou com queda de 1,03%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - encerrou o dia em baixa de 2,70%. Na Argentina, o índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou o dia com queda de 2,06%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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