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Mercados: dólar ultrapassa os R$ 2,00

Os fracos resultados da balança comercial de 2001 pressionam a cotação do dólar. Outros fatores negativos também pesam: a desaceleração da economia dos EUA, os preços do petróleo, conflitos comerciais com o Canadá e disputas políticas internas.

Por Agencia Estado
Atualização:

As incertezas políticas, o desempenho ruim da balança comercial e as apreensões do mercado pressionaram as cotações do dólar, que ontem fechou em R$ 2,0030. Desde 20 de outubro de 1999, a moeda norte-americana não era negociada a uma cotação tão alta. Ontem foram divulgados os números dos dados da balança comercial brasileira incluindo os primeiros dias de fevereiro. Mesmo sendo pouco representativa, pois só levou em conta os dois primeiros dias do mês, a pesquisa revelou o prosseguimento da tendência de déficit - importações maiores que exportações. No período, o saldo da balança ficou negativo em US$ 78 milhões, acumulando US$ 557 milhões no ano. Com isso, os investidores aumentaram suas preocupações em relação à necessidade de dólares do mercado e as cotações subiram. Além disso, a possibilidade de recessão nos Estados Unidos ainda não está descartada e ao mesmo tempo, os preços do petróleo continuam sob vigilância dos investidores. Ontem, o ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali Naimi, disse acreditar que os preços do produto encontram-se em níveis razoáveis e responsáveis, tornando desnecessário qualquer corte adicional na produção. De maneira mais abrangente, existe um desconforto dos investidores com os conflitos envolvendo as eleições para as Presidências da Câmara e do Senado, mesmo que não se acredite realmente em prejuízos reais para o governo ou mesmo para o mercado em decorrência do processo. Os conflitos comerciais com o Canadá, em especial a suspensão de importação de carne brasileira, à qual os Estados Unidos aderiram, e as negociações da Alca - Área de Livre Comércio das Américas - também incomodam.

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