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Mercados encerram a semana atentos à inflação

A inflação está fortemente pressionada pela escalada do dólar. Analistas começam a cogitar a possibilidade de alta da taxa Selic, que está em 21% ao ano. Ontem, os mercados já refletiram essa preocupação.

Por Agencia Estado
Atualização:

No último dia útil da semana, os mercados podem continuar demonstrando pessimismo em relação ao cenário interno. A inflação em alta, pressionada pelos patamares elevados em que a moeda norte-americana é negociada, abre a possibilidade de que a Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 21% ao ano desde o dia 14 de outubro, volte a subir. Enquanto o dólar acumula alta de 56,74% no ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência para a meta de inflação, apresenta elevação de 6,98%. Se considerarmos o Índice Geral dos Preços de Mercado (IGP-M), a alta é ainda maior, de 14,82%. O fato é que os preços são contaminados pela alta do dólar devido à importação de produtos e insumos importados. O principal motivo para a diferença entre o IPCA e o IGP-M está justamente aí. O IGP-M tem, entre os seus componentes, o Índice de Preços no Atacado (IPA), cuja alta no ano está em 19,88%. Trata-se do índice que consegue espelhar de forma mais significativa a alta do dólar, já que mostra a inflação para as empresas que estão pagando mais caro pelos produtos importados. Como essas empresas não estão repassando integralmente para o preço final a alta do dólar, o IPCA, que mostra a inflação ao consumidor, está em um patamar mais baixo. A preocupação dos analistas, além da possibilidade de alta dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), é de que o dólar não recue e, em algum momento, a influência da alta do dólar chegue à ponta do consumidor. Vencimento de títulos cambiais hoje Ontem, o Banco Central (BC) não conseguiu rolar integralmente o vencimento de títulos cambiais que vencem nessa quinta-feira, no total de US$ 1,8 bilhão. Desse total, apenas US$ 1,072 bilhão foram rolados e cerca US$ 800 milhões devem ser resgatados, o que pode diminuir a liquidez (volume de moeda e facilidade de negociação) no mercado cambial, justamente em um dia que precede um feriado nacional. Ontem, o dólar já refletiu essa notícia negativa e chegou a ser negociado a R$ 3,6600 no patamar máximo do dia. Trata-se da cotação mais elevada desde o 31 de outubro, quando chegou a R$ 3,6950. No encerramento dos negócios nessa quarta-feira, a moeda norte-americana chega ao patamar de negociação registrado no final de outubro, devolvendo toda a baixa registrada em novembro. Fechamento dos mercados ontem O dólar comercial fechou ontem a R$ 3,6300 na ponta de venda dos negócios, em alta de 0,55%. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a máxima de R$ 3,6600 e a mínima de R$ 3,6200. No acumulado do ano, o dólar registra alta de 56,74%. No mercado de juros, as taxas permaneceram estáveis. Os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), pagavam taxas de 23,550% ao ano - mesmo patamar de fechamento registrado na quarta-feira. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), os negócios encerram o dia em alta de 0,44%, em 9.763 pontos. O volume de negócios foi de R$ 433 milhões. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,15%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - encerrou o dia em alta de 0,87%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 0,22%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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