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Mercados encerram semana menos pessimistas

A perspectiva de renegociação da dívida argentina trouxe algum alívio aos mercados, que encerram a semana hoje por causa do feriado. A incerteza em relação aos rumos da guerra e da eleição argentina do domingo ainda podem trazer apreensões.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados tiveram um pequeno alívio ontem com o aparente avanço nas negociações para a troca dos títulos da dívida argentina por papéis de prazo mais longo e taxas de juros mais baixas. A estratégia do governo é oferecer a arrecadação de impostos como garantia, minimizando o risco de calote. A medida foi bem recebida pelos mercados portenhos, que falam em um volume renegociado de cerca de US$ 15 bilhões. Não é uma solução definitiva, mas é, sem dúvida, necessária, dada as fortes quedas na arrecadação de impostos e desaceleração econômica. Como o governo adiou muitos compromissos financeiros deste ano, os ajustes são necessários para que os orçamentos futuros, especialmente no futuro próximo, não fiquem comprometidos, especialmente dadas as atuais taxas de juros. Ontem o risco país da Argentina (leia mais a respeito no link abaixo) fechou o dia em 1885 pontos, os juros mais alto do mundo. Parece mais claro agora o que virá após as eleições legislativas de domingo. Provavelmente serão anunciados novos cortes, a renegociação da dívida - que inclui as províncias - e medidas de salvaguarda a setores prejudicados no comércio com o Brasil por causa da desvalorização do real. O governo também tenta reativar as negociações para a troca da dívida externa com organismos internacionais e o Tesouro norte-americano. O único problema é conseguir a atenção dos norte-americanos, ocupados com a guerra. Ainda pode haver algum nervosismo hoje nos mercados por conta da evolução do noticiário nos assuntos que mais trazem incertezas aos investidores. A Argentina terá eleições legislativas no domingo, e a expectativa geral é de uma derrota clara do governo, aumentando a sua dependência dos congressistas da oposição, especialmente os peronistas. E sempre há os que apostam num pacotaço com medidas drásticas, como dolarização, desvalorização cambial, calote da dívida e saída do ministro da Fazenda, Domingo Cavallo. Além disso, há a guerra. Apesar da visível recuperação dos mercados norte-americanos nas duas últimas semanas - aproximando-se dos níveis anteriores a 11 de setembro -, o país está em guerra. Muitas incertezas podem surgir, especialmente porque o governo dos EUA já divulgou que a campanha aérea com caças a grandes altitudes e mísseis inteligentes pode ter acabado. Essa é a estratégia mais segura para as tropas da coalizão liderada pelos Estados Unidos e a mais fácil de controlar. Já se fala em ataques com helicópteros e ações em outros países. E as reações do mundo islâmico contra os bombardeios no Afeganistão estão cada vez mais eloqüentes. Em vista da possibilidade de mudanças no cenário externo nos próximos três dias, os investidores brasileiros podem preferir movimentos mais conservadores. De qualquer modo, o Banco Central tem sido muito firme no controle do câmbio, e ontem voltou a vender títulos cambiais. Vale lembrar que a partir de segunda-feira a Bolsa de Valores de São Paulo passará a funcionar das 11 às 18 horas, e outros mercados também sofrerão alterações nos seus horários de funcionamento. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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