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Mercados esperam definições na Argentina

Os analistas consideram insuficientes as medidas anunciadas na Argentina neste final de semana. O déficit fiscal do país é um dos principais problemas e sobre isso ainda não há mudanças consistentes. Os investidores mantêm o clima de cautela.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro mantém-se atento à situação argentina. O sentimento que prevalece entre os analistas é de que as últimas medidas anunciadas no final de semana não esclarecem totalmente como serão resolvidos os problemas no país vizinho, principalmente em relação ao déficit fiscal do país. Analistas também criticam a formação de dois mercados de câmbio - um fixo para transações comerciais, em que um dólar vale 1,40 peso; e um flutuante para o turismo - e a falta de explicações do governo argentino sobre as compensações para perdas dos credores, já que as dívidas abaixo de US$ 100 mil serão convertidas pela antiga paridade de um peso para um dólar. Isso significa para os investidores que, diante de muitas incertezas, o clima ainda deve ser de cautela. Boletim semanal do Lloyds TSB emitido ontem destaca que, no curto prazo, a Argentina terá inflação e mais recessão econômica. Segundo o relatório, 40% de variação cambial pode levar a 15% ou 20% de inflação. Por outro lado, esta alta nos preços poderia ser controlada por um forte ajuste fiscal e uma política monetária austera, com a adoção de juros elevados. A instituição ressalta que um cenário melhor para a Argentina depende de apoio de agentes econômicos; de um ajuste fiscal consistente; do fortalecimento das negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros organismos internacionais no sentido de conseguir um aporte de recursos adicionais que proporcionem um melhor suporte ao país neste momento de mudança cambial. Uma missão do FMI desembarcou ontem na Argentina, mas os analistas não esperam nenhum decisão concreta do organismo antes da aprovação do orçamento do país, que será enviado ao Congresso dentro de 15 dias. O ministro da Economia Jorge Remes Lenicov já admitiu que, nas negociações formais, deve solicitar uma ajuda entre US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões. Veja mais informações sobre a Argentina nos links abaixo. No Brasil, o mercado financeiro continua operando com equilíbrio e o clima de cautela permanece. O cenário interno é favorecido por boas notícias, como a captação feita pelo País ontem no mercado internacional. A captação totalizou US$ 1,25 bilhão por meio de títulos globais de dez anos. Trata-se de primeiro lançamento de bônus realizado pelo Brasil neste ano e a operação foi avaliada como bem sucedida pelos analistas. Os recursos vão diretamente para as reservas internacionais, sem passar pelo mercado de câmbio. Apesar disso, contribui para a manutenção das taxas de câmbio em patamares mais baixos, já que sinaliza que os investidores estrangeiros mant6em a imagem do Brasil desassociada da situação argentina. Veja os números do mercado financeiro O dólar comercial para venda está cotado a R$ 2,3420, com alta de 0,52%. No mercado de juros futuros, os contratos que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano pagam juros de 18,95% ao ano, frente a 18,98% ao ano registrados na sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com queda de 0,74%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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