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Mercados esperam outro aumento dos juros nos EUA

Juros estão em 4,75% ao ano e a expectativa é de que a taxa suba para 5%

Por Agencia Estado
Atualização:

O banco central dos Estados Unidos reavalia nesta quarta-feira a taxa de juros norte-americana. A maioria dos analistas espera que o Federal Reserve decida por outro aumento nas taxas de juros, embora exista uma incerteza acerca do curso que a política monetária tomará. O anúncio da decisão acontece ainda hoje, por volta das 18h15 GMT (15h15 de Brasília). Se aprovado, este aumento da taxa será o 16º em dois anos. A expectativa é maior em relação ao comunicado que o Comitê divulgará, no qual geralmente indica sua percepção da conjuntura econômica e o rumo da política monetária para conter a inflação sem frear o crescimento econômico. Na semana passada, o novo presidente do Fed, Ben Bernanke, sugeriu que a instituição poderia, em breve, suspender os ajustes que, gradualmente, vêm elevando as taxas de juros desde maio de 2004, quando estavam em 1%. Alguns investidores ficaram alarmados com a menção a uma pausa. Eles estão preocupados com a possibilidade de o Fed não considerar os riscos, para alguns muitos claros, de um surto inflacionário impulsionado pelos altos preços dos combustíveis. Os economistas concordam que são necessários de 12 a 18 meses para os aumentos dos juros afetarem substancialmente a economia a ponto de desacelerar o crescimento. Os aumentos nas taxas, de modo geral, têm impacto sobre os novos investimentos e não sobre os projetos que já estão em andamento. Conjuntura Na verdade, mais de um ano já tinha se passado quando os aumentos gradativos dos juros iniciados pelo Fed em junho de 2004 começaram a ser sentidos. Em junho desse ano, o Federal Reserve deu uma guinada em sua política monetária e elevou os juros, que eram de 1% - a menor taxa desde 1958 - em 0,25 ponto. Os indicadores econômicos mais recentes revelam ambigüidades na conjuntura: a taxa de desemprego é baixa, mas a economia registrou aumentos líquidos de emprego abaixo do necessário para absorver o novo exército de trabalhadores que chega ao mercado a cada mês. A inflação continua sendo moderada, mas há indícios de que os preços começam a subir. Os constantes aumentos nas taxas de juros frearam, desde o quarto trimestre do ano passado, o pujante mercado da habitação, que foi o principal motor da economia dos EUA durante vários anos. Quando em 18 de abril foram publicadas as minutas da reunião que o Fed realizou no fim de março, soube-se que vários dos membros do Comitê achavam que o balanço entre ritmo de crescimento e a inflação tornava propícia uma pausa nos ajustes. Sinais opostos Na sexta-feira passada, o governo informou que a economia dos EUA, que em março tinha criado 200.000 empregos, teve em abril um lucro líquido de 138.000 empregos, o ritmo mais baixo desde outubro. Os investidores interpretaram isso como um sinal de que o Federal Reserve não manterá por muito tempo seus ajustes monetários, porque a economia não demonstra indícios de aceleração excessiva. Mas outro relatório oficial mostrou que, em março, o índice de preços relativos às despesas de consumo pessoal - uma medida da inflação na qual o Federal Reserve presta muita atenção - tinha sido maior que o esperado pela maioria dos analistas e registrado o maior crescimento desde outubro. Quando a Fed percebe riscos maiores de inflação, ajusta a política monetária e eleva as taxas de juros, o que restringe os gastos dos consumidores.

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