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Mercados estáveis mas atentos a EUA e Argentina

Os ingressos de dólares mantiveram as cotações baixas no final da tarde, mas a cautela com as bolsas dos EUA e com a crise argentina continua. O dólar comercial para venda caiu para R$ 2,3680, os juros do swap de um ano caíram para 20,77% ao ano e a Bovespa subiu 0,56%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados não apresentaram fortes oscilações nem tendência clara hoje. Por um lado, a entrada de dólares por captações de empresas brasileiras no exterior têm mantido o dólar baixo. Mas as quedas das bolsas em Nova York e os últimos eventos da crise argentina geram cautela. As empresas brasileiras seguem garantindo o fluxo de capitais para o Brasil. O governo realizou parte das emissões de títulos em dólares programados para o ano (US$ 5 bilhões), mas já praticamente cobriu as necessidades projetadas. As entradas foram grandes na virada do ano e continuam pressionando o dólar para cotações abaixo de R$ 2,40. Mas as suspeitas geradas pelas medidas econômicas adotadas pelo governo argentino e os protestos populares geram apreensão. A depredação de bancos ontem e as diversas manifestações de hoje - mais são prometidas para amanhã - preocupam muito os investidores. E as contas do pacote econômico podem ter sérias conseqüências, pois as dívidas menores foram pesificadas à taxa de $1 peso por dólar, e as maiores, a $1,40, conforme anunciado hoje. Para compensar as perdas dos bancos, o governo decidiu que os depósitos em dólar - bloqueados ou não - serão convertidos em pesos ao câmbio oficial, de $1,40 peso. O problema é que a moeda norte-americana já está chega a ser cotada a $2 pesos, só caindo nos últimos dois dias com vendas no mercado pelo Banco Central argentino. Com isso, a expectativa é que os protestos continuem. O presidente Eduardo Duhalde negocia com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a liberação de um pacote de ajuda de US$ 15 a US$ 20 bilhões, mas o Fundo quer antes mais clareza quanto ao rumo da economia e a adoção definitiva do câmbio flutuante. O Ministro da Economia, Jorge Lenicov, já declarou que o câmbio duplo pode terminar em março, mas espera o dinheiro do FMI para adotar a medida. Hoje o Fundo concedeu uma carência de 12 meses para os pagamentos devidos pela Argentina. Os Estados Unidos pressionam o país a adotar reformas, enquanto a Comissão Européia declarou que a Argentina não pode ser abandonada à própria sorte. A boa notícia é que as negociações internacionais estão acontecendo e já há alguns resultados preliminares importantes. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3680, com queda de 0,29%. Os contratos de swap (troca) de títulos prefixados por pós-fixados com período de um ano fecharam o dia pagando juros de 20,77% ao ano, frente a 20,86% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,56%. A Bolsa de Valores de Buenos Aires continua fechada. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 2,14%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - terminou o pregão em queda de 2,82%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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