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Mercados estáveis mas preocupados com guerra

Os mercados mantêm-se muito cautelosos com o agravamento das tensões entre Estados Unidos e Iraque. A guerra parece mais próxima e os preços do petróleo voltaram a subir. As demais cotações seguiram direções diferentes, mas em torno da estabilidade.

Por Agencia Estado
Atualização:

A reação iraquiana às cobranças do presidente George W. Bush manteve os mercados preocupados e cautelosos. Houve uma escalada nas tensões desde que o mandatário norte-americano exigiu o cumprimento das 16 resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação ao Iraque. Ele exortou os países membros a autorizarem os Estados Unidos a retaliarem o país militarmente se suas determinações não fossem cumpridas. A resposta iraquiana foi em tom de confrontação, negando-se a autorizar a inspeção irrestrita do arsenal do país e ameaçando Israel. Alguns aliados importantes já declararam seu apoio aos EUA, como Inglaterra, Israel, Itália e Espanha. Outros já adotam um discurso menos hostil, como França e Arábia Saudita, dando mostras de que os esforços diplomáticos de Bush estão surtindo efeito. Com isso, os preços internacionais do petróleo voltaram a subir hoje. Mas nos demais mercados, a reação foi divergente. A maioria dos índices nos mercados internacionais, incluindo os brasileiros, mantiveram-se próximos da estabilidade, mas vale lembrar que boa parte da crise mundial, tanto política como econômica, já está sendo considerada nas atuais cotações negociadas. Certamente o agravamento do quadro barra qualquer recuperação mais vigorosa. Ainda assim, o capital estrangeiro parece ter começado a retornar ao País. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, que retornou de sua viagem à Europa para esclarecer a comunidade financeira internacional sobre a situação brasileira, afirmou que já se percebe uma retomada lenta das linhas de crédito externas para o Brasil. E segundo levantamento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a entrada de capital estrangeiro nos primeiros dez dias do mês foi de R$ 126,487 milhões. Mas no acumulado do ano, até o pregão do dia 10, o saldo ainda está negativo em R$ 1,525 bilhão. Outro fator a conter o pessimismo, especialmente no mercado de câmbio, foi o leilão de linhas externas pelo Banco Central (BC) de cerca de US$ 140 milhões hoje. Na Bolsa, o que vem melhorando o desempenho do índice é o grande peso das ações da Petrobrás, que vem tendo altas seguidas com a valorização do petróleo. Internamente, o quadro eleitoral é indicado por analistas como um fator de mais tranqüilidade em relação a algumas semanas atrás. A consolidação de José Serra (PSDB/PMDB), o candidato preferido do mercado, na segunda posição das pesquisas eleitorais traz algum alívio, apesar da ampla vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL), que pode até vencer já no primeiro turno, embora se diga que essa possibilidade é remota. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,1610 nos últimos negócios do dia, em alta de 1,12% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 3,1420 e R$ 3,1640. Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 36,49% no ano e queda de 0,13% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 20,450% ao ano, frente a 20,330% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 23,350% ao ano, frente a 22,870% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,08% em 10180 pontos e volume de negócios fraco, de R$ 278 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 25,02% em 2002 e alta de 7,79% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 16 apresentaram altas. O principal destaque foram os papéis da AES Tietê PN (preferenciais, sem direito a voto), com valorização de 9,09%. Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 0,80% (a 8312,7 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - subiu 0,92% (a 1291,40 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9714; uma queda de 1,03%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em baixa de 1,86% (387,39 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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