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Mercados iniciam a quarta-feira acumulando mais perdas

Nervosismo com mercado de crédito dos EUA continua derrubando bolsas; Bovespa cai 1,13% no começo do dia

Por João Caminoto e da Agência Estado
Atualização:

Os mercados globais iniciaram a quarta-feira acumulando mais perdas e dando sinais de crescente nervosismo com a amplitude do impacto nascido da crise no mercado imobiliário de alto risco (subprime) dos EUA.  A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começou o dia em baixa, com queda de 1,13% às 10h28. O dólar comercial, por sua vez, chegou a ser cotado a R$ 2,00 pela primeira vez em três meses. Às 9h16, a moeda norte-americana valia R$ 2,011, em alta de 1,26%. Por volta das 10h20, porém, a cotação já estava abaixo da marca, a R$1,99. Veja também: Dólar na BM&F começa o dia acima de R$ 2,00 Os efeitos da crise do setor imobiliário dos EUA Ouça a análise do comentarista Celso Ming  Na Ásia, a fuga dos investidores das bolsas foi intensa. O índice Nikkei-225, do Japão, caiu 2,2%. O índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, caiu 2,87%. Ativos de emergentes asiáticos foram fortemente penalizados. As bolsas de Manila e Jacarta despencaram mais de 4%. Moedas da região também sofreram perdas. Na Europa, o início dos negócios também é negativo, com as principais bolsas mergulhadas no vermelho. O Euro Stoxx 50, que reúne as 50 ações mais valiosas da zona do euro, caía 1,2%, aos 4.146,68 pontos. Em Londres, o FTSE-100 recuava 1,5%, enquanto o CAC-40, de Paris, 1,6%, por volta das 8h30. O DAX, de Frankfurt, perdia 0,9%, no mesmo horário. A exemplo do que ocorreu na Ásia, ações de muitas instituições financeiras européias estão sofrendo fortes perdas diante do temor de que sejam atingidas pelas perdas de sua exposição ao setor subprime dos Estados Unidos. Ações de várias empresas também estão sendo pressionadas. Consumo O elenco de incertezas para os agentes do mercado continua aumentando. Além do impacto direto da crise do subprime, voltou a ganhar relevância desde terça-feira a preocupação de que a corrente volatilidade poderá ter um impacto sério sobre o consumo nos Estados Unidos e outras regiões, desacelerando a expansão econômica. Além disso, a aversão ao risco começou a se manifestar mais agudamente através da desmontagem de operações de carregamento (carry trades) em ativos emergentes financiadas principalmente pelo iene japonês, que está se fortalecendo diante de outras moedas fortes. Isso sinaliza que a pressão sobre ativos emergentes, inclusive o real brasileiro, que ganhou corpo no final do dia na terça, poderá continuar nesta quarta. A tese que ainda domina os analistas é de que essa "correção" ainda deve continuar por mais um tempo, pelo menos até o final deste mês, mas em algum determinado momento os preços dos ativos vão atingir um patamar considerado barato, atraindo compradores. Mas, como disse um estrategista de câmbio de um banco britânico, neste exato momento, a percepção é de que a volatilidade está se ampliando. "Os mercados estão sendo dominados pelo medo do que está por vir", disse o analista. "Medo e incerteza pode ser uma combinação explosiva se o fluxo de notícias negativas não for estancado em breve", completou.

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