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Mercados inseguros com inflação e eleições

As eleições presidenciais continuam no foco de atenção dos mercados. Além disso, hoje, a notícia de uma possível pressão de alta sobre a inflação em abril deixou os investidores inseguros. A Bolsa fechou em queda. O dólar subiu. Na Argentina, rumores provocaram nervosismo nos mercados.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro teve um dia de reações negativas. O fato é que, além do atraso na aprovação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da queda do presidenciável do PSDB José Serra nas pesquisas de intenções de voto, os investidores não receberam bem a notícia de um aumento de 14,5% autorizado pela Petrobrás para o gás de cozinha. Segundo o economista-chefe do BicBanco, Luiz Rabi, o fato é que este aumento deve provocar uma elevação de 0,24 ponto porcentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a abril, já que a alta no preço do gás de cozinha é válida a partir do dia 1º de abril, o que afeta toda a inflação do mês. Segundo apurou o repórter Francisco Carlos de Assis, o Lloyds TSB elevou sua previsão para a inflação de abril de 0,30% para um número entre 0,60% e 0,70%. Também em entrevista ao repórter, o economista-chefe do BicBanco, Luiz Rabi, afirmou que a decisão da Petrobrás em elevar em 14,5% o preço do botijão de gás, com impacto de 0,24 ponto porcentual na taxa de inflação, poderá provocar uma pausa na trajetória de queda da taxa de juros. O problema é que, caso esta pressão sobre a inflação seja de fato verificada, o espaço para novos cortes na Selic, a taxa básica de juros da economia, fica menor. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual. Com isso, os juros passaram de 18,75% ao ano para 18,50% ao ano. Os investidores, que já esperavam por uma postura mais agressiva do BC, podem ter novamente suas perspectivas frustradas, dado que esperam novas reduções dos juros nos próximos meses. O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 2,3640 na ponta de venda dos negócios, em baixa de 0,85% em relação aos últimos negócios de ontem. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em outubro, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) pagavam juros de 18,240% ao ano frente a 18,040% registrados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia em queda de 2,95%. O volume de negócios ficou acima dos R$ 715 milhões. As maiores baixas do Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bovespa - foram as preferenciais (PN, sem direito a voto) da Inepar (-8,50%), as ordinárias (ON, com direito a voto) da Tele Celular Sul Participações (-8,33%), Embratel Participações ON (-8,20%), CESP PN (-7,12%) e Telemig Participações PN (-6,98%). Mercados internacionais Na Argentina, o dia foi de forte desvalorização do peso. Segundo apurou a correspondente Marina Guimarães, o dólar encerrou o dia a 3,10 pesos, com alta de 19,2% em relação ao fechamento de ontem. Na ponta de venda, o dólar fechou em 2,90 pesos - 6% a mais que quinta-feira. O índice Merval fechou em alta de 6,33%. Os mercados foram tomados por boatos de todos os tipos: feriado cambial e bancário; renúncia do ministro de Economia, Jorge Remes Lenicov; substituição do presidente do Banco Central; mudança no regime cambial, ressuscitando a conversibilidade; e renúncia de Eduardo Duhalde. Em Nova York, as bolsas fecharam em baixa. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 0,50%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em baixa de 0,93%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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