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Mercados: instabilidade mantém dólar em alta

As incertezas em relação à crise de energia no Brasil e à situação argentina mantêm os investidores inseguros. O dólar está cotado a R$ 2,3680 - alta de 0,81%. A Bovespa está em queda e os juros em alta.

Por Agencia Estado
Atualização:

Além de todas as crises que afligem o mercado financeiro - crise de energia no Brasil, incertezas em relação à Argentina e conflitos políticos brasileiros -, hoje é sexta-feira, dia em que os investidores aumentam o volume de dólares em carteira como forma de segurança (hedge). O resultado é que o dólar comercial abriu com forte alta e há pouco estava cotado a R$ 2,3680 na ponta de venda dos negócios. Os juros também voltaram a subir. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 22,950% ao ano, frente a 22,700% ao ano ontem. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o clima também é de instabilidade. Há pouco, o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bovespa - estava em queda de 0,32%. A falta de uma estratégia definida para o racionamento de energia no País deixa os investidores inseguros. É cada vez mais difícil prever o impacto desse problema na economia brasileira, e isso fica ainda pior diante das confusões que o próprio governo vem causando. A cada dia, a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (CGCE) lança novas regras e altera outras que já estavam planejadas. Com tantas incertezas, o investidor prefere se desfazer de ativos arriscados e transfere seus recursos para aplicações mais seguras, nesse caso, o dólar. O aumento da demanda por moeda norte-americana pressiona para cima as cotações. No cenário interno, além do problema de racionamento de energia, a expectativa em relação à renúncia do Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que já marcou data e horário - próxima quarta-feira, 16h - , aumenta a instabilidade no mercado financeiro. O temor dos investidores é de que o senador baiano intensifique sua oposição ao governo, o que pode atingir diretamente a figura do presidente Fernando Henrique Cardoso. Crise argentina O volume da troca (swap) de títulos da dívida argentina de curto prazo por papéis com vencimento mais longo é o único detalhe que ainda está por ser divulgado. Esse número deve ser anunciado apenas no dia 4 de junho. De acordo com o vice-ministro da Economia, Daniel Marx, o total deve ficar em torno de US$ 20 bilhões. Caso tenha sucesso, o swap deve fazer com que o déficit fiscal deste ano na Argentina fique abaixo da meta de US$ 6,5 bilhões acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mesmo que todo esse cenário se confirme, o alívio para o mercado financeiro deve ser pontual e não melhora as perspectivas para o longo prazo. Investimentos Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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