
01 de junho de 2020 | 07h06
Atualizado 01 de junho de 2020 | 19h39
As principais Bolsas do exterior fecharam com alta nesta segunda-feira, 1º de junho, após um 'aparente alívio' das tensões entre Estados Unidos e China. Na Ásia e na Europa, os ganhos foram maiores que em Nova York, cujos índices fecharam com alta marginal devido ao impacto dos protestos em torno da morte de George Floyd.
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Durante coletiva de imprensa na sexta-feira, 29, Trump anunciou que vai iniciar o processo para retirar o status especial conferido a Hong Kong, após a decisão da China de impor uma nova lei de segurança à região, e acusou Pequim de interferir na Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia do novo coronavírus. Investidores ficaram aliviados, no entanto, com o fato de Trump ter mantido intacto o acordo comercial de "fase 1" que os EUA assinaram com a China no começo do ano.
Já nesta segunda, a China suspendeu as importações agrícolas dos Estados Unidos, incluindo a soja, o que representa uma ameaça ao acordo comercial sino-americano firmado em janeiro. No entanto, os desdobramentos em torno da morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos por Derek Chauvin, um policial branco, ganhou o destaque do noticiário local, que acompanha o aumento das manifestações.
Ainda na China, o PMI industrial do país asiático subiu de 49,4 em abril para 50,7 em maio, atingindo o maior nível em quatro meses e com a leitura acima da barreira de 50, indicando que o setor voltou a se expandir após o violento impacto do coronavírus.
Na Ásia, as Bolsas fecharam em alta. Na China continental, o Xangai Composto subiu 2,21% e o Shenzhen Composto avançou 3,16%. Em Hong Kong, o Hang Seng encerrou o pregão em alta de 3,36%. O japonês Nikkei se valorizou 0,84%, enquanto o sul-coreano Kospi teve ganho de 1,75% e o Taiex registrou alta de 1,25% em Taiwan. Na Oceania, o S&P/ASX 200 avançou 1,10% em Sydney.
Na zona do euro, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial de maio subiu a 39,4 em maio na leitura final, mas ficou abaixo da prévia. Já na Alemanha e no Reino Unido, os PMI industriais para maio tiverem leve revisão para baixo, a 36,6 e 39,4, respectivamente. Com os dados, o Stoxx 600 fechou com ganho de 1,10% na Europa.
Com apetite por riscos, as Bolsas da Europa fecharam em alta. Em Londres, a Bolsa fechou em alta de 1,48% e em Paris, o ganho foi de 1,43%. Em Milão, Madri e Lisboa, os ganhos foram de 1,79%, 1,76% e 2,20%, respectivamente. A Bolsa de Frankfurt não funcionou devido a um feriado na Alemanha.
Nos Estados Unidos, o PMI industrial subiu da mínima histórica de 36,1 em abril para 39,8 na leitura final de maio. Já os investimentos em construção caíram 2,3% no país americano em abril, mas o mercado esperava um recuo maior.
Os dados econômicos ajudaram a aliviar as preocupações com os protestos e também com o aumento das tensões entre EUA-China. Os índices viraram na parte da tarde e o Dow Jones registrou alta de 0,36%, o S&P 500 subiu 0,38% e o Nasdaq avançou 0,66%.
A commodity fechou sem direção única nesta segunda, após as novas restrições impostas pela China aos Estados Unidos. O mercado também ficou mais instável, após boatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), pode antecipar a próxima reunião. Ao que tudo indica, alguns integrantes do cartel não estão cumprindo as metas de redução da oferta estabelecidos em acordo anunciado em abril.
Além disso, o encontro também pode estender os cortes na produção do petróleo para até 1º de setembro. Em meio às incertezas, o WTI para julho, referência no mercado americano, fechou em queda de 0,14%, a US$ 35,44o barril. Já o Brent para agosto, referência no mercado americano, subiu 1,27%, a US$ 38,32 o barril./SÉRGIO CALDAS, LUÍSA LAVAL, IANDER PORCELLA, MARCELA GUIMARÃES e MAIARA SANTIAGO
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