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Mercados internacionais fecham sem sentido único após outra queda em Nova York

Ações das gigantes de tecnologia voltaram a realizar lucros e puxaram para baixo os índices dos EUA e da Europa; como fechou antes, mercado da Ásia escapou de resultado negativo

Por Sergio Caldas
Atualização:

A nova queda do mercado acionário de Nova York voltou a influenciar os negócios da Europa nesta terça-feira, 8, e fez com que todos os índices da região fechassem em queda generalizada, puxados principalmente pela baixa das ações das gigantes de tecnologia. Na Ásia, no entanto, os resultados foram diferentes e as bolsas tiveram alta generalizada, buscando se recuperar de perdas recentes apesar de contínuas tensões entre Estados Unidos e China e de uma revisão para baixo do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão

Nos Estados Unidos, voltou chamar a atenção a queda das gigantes do setor de tecnologia na volta do feriado do Dia do Trabalho, que provocou o fechamento dos índices na última segunda-feira, 7. Somente a Apple caiu 6,73%, enquanto Microsoft cedeu 5,41% e Amazon recuou 4,39%. A Oxford Economics afirma em relatório que há espaço para mais baixas nas ações dessas companhias, diante de suas valorizações elevadas e de questões como incertezas regulatórias. Para a consultoria, a volatilidade do setor de tecnologia pode pesar de modo mais disseminado nas bolsas.

Mercado de ações de Hong Kong Foto: Vincent Yu/AP Photo

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Na região asiática - onde as bolsas fecharam antes da abertura do mercado de Nova York, o apetite por riscos se sustentou apesar de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter mantido na segunda-feira, 7, a retórica contrária à China, em discurso para celebrar o feriado do Dia do Trabalho, e de relatos de que Washington planeja impor restrições de exportação a mais empresas chinesas. Também ficou em segundo plano a revisão do PIB do Japão, que no segundo trimestre sofreu contração anualizada de 28,1% em meio à pandemia do novo coronavírus, e não de 27,8%, como se estimou inicialmente. 

Bolsas da Ásia

Os índices chineses Xangai CompostoShenzhen Composto subiram 0,72% e 0,38% cada. Ações do setor industrial lideraram os ganhos, mas papéis financeiros também contribuíram para a recuperação. Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei se valorizou 0,80%, enquanto o Hang Seng teve modesta alta de 0,14% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi avançou 0,74% em Seul, mais uma vez sustentado pela blue chip Samsung Electronics (+3,89%), e o Taiex registrou ganho de 0,49% em Taiwan, a 12.663,56 pontos. 

Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o tom positivo da Ásia, e o S&P/ASX 200 subiu 1,06% em Sydney, a 6.007,8 pontos, após dados favoráveis de confiança das empresas locais. 

Bolsas da Europa 

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No mercado europeu, no entanto, o dia foi negativo, em sintonia com o recuo das 'big techs' de Wall Street. Por lá, pesou ainda o impasse entre Reino Unido e União Europeia, que ainda não encontraram um consenso após o Brexit - começou hoje a oitava rodada de negociações, com a informação de que o governo britânico decidiu intensificar seus preparativos para deixar o bloco caso nenhum acordo comercial apresente progresso nesta semana.

Com isso, o Stoxx 600 encerrou com baixa de 1,15%. A bolsa de Londres caiu 0,12%, a de Frankfurt cedeu 1,01% e a de Paris teve perda de 1,59%. Já MilãoMadri e Lisboa tiveram perdas de 1,81%, 1,78% e 1,10% cada.

Bolsas de Nova York

Além das gigantes de tecnologia, outros papéis importantes também caíram, com Boeing em baixa de 5,83%. Entre os bancos, Goldman Sachs recuou 4,01% e JPMorgan, 3,48%. Diante da queda forte do petróleo, o setor energético também foi penalizado, com ExxonMobil fechando em baixa de 2,30% e Chevron, 3,61%. 

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Por lá, os índices acionários de Nova York voltaram a fechar com baixas expressivas: Dow Jones cedeu 2,25% e o S&P 500 recuou 2,78%. Já o índice tecnológico Nasdaq amargou perda de 4,11%.

Petróleo 

Os preços de contratos futuros de petróleo fecharam com grandes quedas nesta terça-feira, com registro de baixas na demanda, fortalecimento do dólar e  reflexos do reajuste de valores pela Saudi Aramco no fim de semana, a petrolífera realizou um dos mais profundos cortes de preços mensais de fornecimento à Ásia e aos EUA, num sinal de enfraquecimento dos mercados. As reduções, válidas para o mês de outubro, serão de US$ 1,40 por barril para a Ásia e de US$ 0,60 o barril para os EUA.

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O contrato do WTI para outubro fechou em queda de 7,57%, a US$ 36,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para novembro teve baixa 5,31%, a US$ 39,78 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).O Commerzbank avaliou que a queda nos preços sobretudo pela demanda, em baixa em parte pela recuperação econômica desacelerada recentemente, nos EUA, maior consumidor mundial, deve afetar o preços do barril nos próximos meses. Com produção e estoques de petróleo altos, o banco vê como "improvável" um aumento "pronunciado" nos preços da commodity no curto prazo. "Consequentemente, especuladores reduziram recentemente suas posições líquidas de longo prazo", aponta a análise./COLABOROU MAIARA SANTIAGO E MATHEUS ANDRADE

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