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Mercados internacionais fecham em queda, ainda repercutindo a decisão do BC dos EUA

Investidores voltaram a precificar o anúncio de que o Fed pode começar a subir os juros já em 2023, e não mais em 2024; dia também teve divulgação de indicadores europeus

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Por Redação
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam em queda nesta sexta-feira, com os investidores voltando a precificar o anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de que reajustes nos juros podem ser feitos já em 2023, e não mais em 2024, principalmente após a fala mais dura de um dirigente da autoridade monetária. O dia também teve decisão de política monetária no Japão e divulgação de indicadores de países europeus.

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Os ativos voltaram a ser pressionados pela reunião do Fed realizada na quarta-feira, 16. Além dos índices, o comunicado mais duro do banco central dos Estados Unidos afeta ainda o setor de commodities, afetados pela valorização do dólar após o comunicado do Fed. Os contratos futuros de cobre fecharam em baixa nesta sexta-feira e perderam mais de 8% na semana, a mais acentuada queda semanal desde o início da pandemia. Os do ouro, também fechando em baixa, tiveram perda semanal de quase 6%. O índice DXY, que mede a variação do dólar contra seis pares, registrou alta de 0,37% hoje e de 1,84% na semana, a 92,225 pontos, no maior nível desde abril.

A Capital Economics diz que esses componentes tiveram baixas nesta semana por causa do Fed, que fortaleceu o dólar. Na política monetária americana, James Bullard, presidente da distrital de St. Louis do Fed - que não tem direito a voto nas reuniões, mas possui grande influência entre os dirigentes -, disse esperar alta de juros nos EUA já em 2022, confirmando que a autoridade monetária já discute o início da redução em seu programa de compra de títulos públicos.

Em Wall Street, investidores voltaram a monitorar o tom mais duro adotado pelo Fed. Foto: Richard Drew/AP

 

"O que realmente importa para o mundo são os juros americanos, e tivemos por lá juros a zero (ou perto disso) por 12, 13 anos. O mercado vai ter que se acomodar a essa nova realidade, em uma retomada econômica global que eleva preços de commodities e produz inflação", diz  Robert Balestrery, sócio-fundador da SWM Investimentos.

Já o Banco Central do Japão ainda não discute a chance de diminuição nos estímulos. Além de manter a sua política monetária inalterada, ele também vai estender o programa de empréstimos a empresas afetadas pela crise da covid-19, de setembro até março do ano que vem. 

Na agenda de indicadores, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da Alemanha subiu 7,2% em maio, na comparação anual, no nível mais elevado desde outubro de 2008. A High Frequency Economics atribuiu o movimento sobretudo aos preços de energia, descartando um aumento generalizado de preços. No Reino Unido, as vendas no varejo recuaram 1,4% em maio ante abril, contrariando a previsão de alta de 1,6%. 

Bolsas de Nova York

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O mercado de Nova York fechou em forte queda, com os investidores ainda analisando a decisão do Fed e a projeção dos dirigentes da entidade de alta da inflação acima do esperado. O Dow Jones cedeu 1,57%, enquanto o S&P 500 baixou 1,31% e o Nasdaq recuou 0,92%.

Bolsas da Europa

A desvalorização das commodities afetou os ganhos do mercado europeu, com o índice Stoxx 600, que concentra as principais empresas da região, em queda de 1,58%. A Bolsa de Londres caiu 1,90%, Paris cedeu 1,46% e Frankfurt recuou 4,78%.

As Bolsas de Milão, Madri e Lisboa cederam 1,93%, 1,80% e 2,28% cada. Todos os índices encerraram a semana com saldo acumulado negativo.

Bolsas da Ásia

O mercado asiático fechou sem sinal único, com a Bolsa de Tóquio em queda de 0,19%, enquanto a de Taiwan cedeu 0,41%. Na China, o índice de Xangai ficou praticamente estável, com baixa marginal de 0,01%, mas o Shenzhen se valorizou 0,81%. Também as Bolsas de Seul e Hong Kong, com ganhos de 0,09% e 0,85% cada.

Na Oceania, a bolsa australiana subiu 0,13%, ficando bem perto de garantir um quarto fechamento em nível recorde nesta semana.

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Petróleo

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, apesar do dólar alto, que derrubou boa parte das commodities. Os papéis ganharam impulso após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sinalizar uma aumento da produção nos EUA mais lento do que o esperado até então. A notícia é um bom sinal em um momento no qual a demanda pelo óleo ainda é afetada pela pandemia.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto, contrato mais líquido, teve alta de 0,72% e de 1,08% na semana, a US$ 71,29, enquanto o do Brent para agosto avançou 0,59% nesta sexta, e 1,12% nos últimos sete dias, a US$ 73,51. /MAIARA SANTIAGO, MATHEUS ANDRADE, GABRIEL BUENO DA COSTA E SÉRGIO CALDAS

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