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Mercados internacionais fecham sem sentido único antes da posse de Biden

No entanto, investidores estão otimistas com chance de novo governo democrata ampliar as medidas de estímulo para a economia e avançar ainda mais no plano de imunização americano

Por Gabriel Caldeira e Matheus Andrade
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam sem sentido único nesta terça-feira, 19, faltando apenas um dia para a posse de Joe Biden como 46ª presidente dos Estados Unidos. Na Ásia, o tom foi mais positivo, mas, na Europa, com os investidores atentos ao avanço da covid-19 e o cenário político do continente, os índices caíram.

Apesar do tom misto do mercado, são grandes as expectativas para o início do governo Biden, como o aumento das medidas de expansão e incentivo fiscal, principalmente após a cerimônia do Senado para confirmar Janet Yellen como a próxima secretária do Tesouro. Na ocasião, ela defendeu o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão e disse que é preciso "agir com grandeza" para superar a crise. Além disso, há a esperança de que o democrata consiga acelerar o plano de vacinação contra a covid no país americano, que tem sido alvo de críticas no final da gestão Donald Trump.

Mercado operou otimista com a chance do governo Biden aprovar mais estímulos para a economia dos EUA. Foto: Colin Ziemer/New York Stock Exchange via AP

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Já a pandemia continua avançando no continente europeu, com o Reino Unido registrando mais uma vez seu recorde diário de mortos. Na Alemanha, a expectativa é de que o lockdown seja renovado até o dia 14 de fevereiro. Em Portugal, também houve recorde de óbitos e há a ameaça de escolas fechadas em caso de se constatar que a variante britânica mais contagiosa é a dominantes no país, aumentando as restrições.

Na Itália, o Danske Bank destaca que o primeiro-ministro Giuseppe Conte superou uma moção de censura ontem na Câmara dos Deputados, mas passará pelo mesmo voto hoje no Senado, com maior risco de derrota, o que o forçaria a renunciar ao posto.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam o pregão desta terça em alta, à espera da posse de Biden. Na volta do feriado de Martin Luther King, o Dow Jones avançou 0,38%, o S&P 500 subiu 0,81% e o Nasdaq registrou ganho de 1,53%.  

A temporada de balanços também movimentou o mercado. Entre as companhias que divulgaram os resultados corporativos do último trimestre de 2020, Goldman Sachs caiu 2,26% e Bank of America recuou 0,73%. Na visão da Capital Economics, a euforia dos investidores sobre os ganhos corporativos não está em estágios que sugiram uma "bolha" no mercado acionário americano.

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Bolsas da Ásia

Apesar do sinal misto, o mercado asiático fechou majoritariamente em alta, apoiado pelo ganho das ações do setor de tecnologia e montadoras. O mercado operou, de modo geral, voltado para a expectativa de recuperação global, ainda que no próprio Japão o quadro da covid-19 continue a inspirar cuidados. A Bolsa de Hong Kong subiu 2,70%, enquanto a da Coreia do Sul teve ganho de 2,61%. Taiwan avançou 1,70%.

Na contramão, as Bolsas chinesas de XangaiShenzhen caíram 0,83% e 0,96% cada. Na Oceania, o mercado australiano subiu 1,19% com alta de bancos e mineradoras.

Bolsas da Europa

Com o avanço da pandemia ditando os negócios, o mercado europeu fechou em baixa. O índice pan-europeu Stoxx 600, que concentra as principais empresas do continente, caiu 0,19%. A Bolsa de Londres cedeu 0,11%, a de Frankfurt caiu 0,24% e a de Paris recuou 0,33%.

Milão e Madri tiveram baixas de 0,25% e 0,67% cada. Na contramão, apoiada pela alta de petrolíferas, a Bolsa de Lisboa fechou em alta de 0,35%.

Petróleo

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petróleo fechou o pregão desta terça em alta, apesar de a Agência Internacional de Energia (AIE) ter alertado para o impacto dos novos lockdowns na demanda pelo barril. Impulsionada pela fraqueza do dólar, a commodity também se beneficiou do apetite por risco nos mercados antes da posse de Biden e diante da expectativa de Janet Yellen ajudar na aprovação do pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão sugerido pelo democrata.

Com isso, o barril do WTI para fevereiro subiu 1,18%, a US$ 52,98. O Brent para março, por sua vez, avançou 2,10%, a US$ 55,90 o barril. Em meio à alta do petróleo, ações do setor subiram. Em Lisboa, a Galp avançou 1,94% e em Paris, a Total avançou 0,46%./ COLABORARAM GABRIEL BUENO DA COSTA E IANDER PORCELLA

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