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Mercados: investidores apostaram errado

As altas na bolsa e no dólar refletiram aposta na queda da Selic, que não se concretizou. No mercado de juros, houve pequena alta, em função da reversão das expectativas. De qualquer modo, amanhã os mercados devem corrigir as cotações.

Por Agencia Estado
Atualização:

Apenas após o fechamento dos mercados, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a manutenção em 16,5% ao ano da taxa referencial básica de juros da economia, a Selic. A decisão não chegou a surpreender os analistas, divididos entre aqueles que esperavam uma queda de 0,5% e os que apostavam na manutenção. O Comitê não deixou nem a brecha do viés de baixa - autorização para o Presidente do Banco Central reduzir a Selic quando achar conveniente. Assim, nova baixa, só na próxima reunião, nos dias 19 e 20 de setembro. A principal motivação para não alterar o atual patamar da taxa foi o repique da inflação em julho e agosto, as preocupações, portanto, com as metas de inflação para 2001 e 2002 e as incertezas em relação ao preço do petróleo. Com isso, os títulos públicos de vencimento anual, que já embutiam uma tendência de queda nas suas taxas subiram. Como a virada nas expectativas otimistas só se deu a partir de quinta-feira da semana passada, ainda havia espaço para os investidores mais cautelosos elevarem os juros. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagavam juros de 17,030% ao ano, frente a 16,890% ao ano ontem. Agora, confirmada a manutenção, os juros devem subir ainda mais. Mas, no mercado de ações e de câmbio, as apostas foram mais evidentes pela queda da Selic. A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - fechou em alta de 1,31%, dentro da lógica de que uma redução dos rendimentos em aplicações de renda fixa faz com que os investidores migrem para a Bolsa. Além disso, juros menores estimulam o crédito, acelerando o crescimento econômico, e, consequentemente, o desempenho das empresas e cotações das suas ações. O dólar fechou em R$ 1,8230, com alta de 0,33%, na expectativa de migração de investimentos estrangeiros em renda fixa para títulos do governo norte-americano. Essas tendências de alta na bolsa e no câmbio, ao menos em tese, devem ser revertidas amanhã. Nos Estados Unidos, o dia foi marcado pelo otimismo, ainda em função da decisão de ontem pela manutenção dos juros lá também, quando se temia uma alta. O Dow Jones - Índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,14%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em alta de 1,33%.

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