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Mercados mais estáveis, mas ainda tensos

Ontem a Bovespa teve forte alta, recuperando-se um pouco das quedas acumuladas. Dólar e juros já não oscilam tanto. Mas os vencimentos cambiais se acumulam neste fim de ano e a sucessão presidencial pode contribuir para mais oscilações.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados parecem mais estáveis, passado o maior vencimento cambial do ano ontem e os efeitos da elevação da Selic, a taxa básica referencial de juros da economia. Mesmo com a alta de ontem, a maior do ano, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em níveis baixos, assim como as cotações do dólar e os juros também refletem muito pessimismo e insegurança. A concentração de vencimentos cambiais nestes últimos meses de 2002 e as idas e vindas da sucessão presidencial podem trazer novas oscilações. Assessores do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL) afirmaram ontem que, se eleito, o petista não medirá esforços para acalmar os mercados. Eles enfatizaram os compromissos assumidos com a responsabilidade da administração pública e com os contratos vigentes. O mercado gostou, mas não se animou demais. Poucos duvidam que Lula será mesmo eleito, mas apenas declarações muito contundentes ou medidas concretas devem influenciar positivamente os negócios. Ou seja, enquanto isso, juros e dólar altos, apesar das medidas do Banco Central (BC) para controlar o câmbio. Um dos fatores de tensão para o dólar é a forte concentração de vencimentos cambiais até o final do ano. Ainda há muitas resistências a títulos de prazos mais longos, ou seja, para o próximo governo, assim como tem sido ao longo de 2002. Já na quarta-feira vence US$ 1,1 bilhão em contratos cambiais, que o BC deve tentar rolar, ao menos parcialmente, nos próximos dias. O lote seguinte será no dia 1º. Na Bovespa, as fortes altas nas bolsas internacionais desde quinta-feira passada começaram a ter efeito positivo. Os balanços das empresas nos Estados Unidos e Europa estão surpreendendo positivamente e os investidores começam a se animar. Ainda assim, a reação de ontem da Bolsa paulista (alta de 6,34%) é pequena, se for considerada a queda no ano (34,44%), ou a desvalorização real das ações em dólar. Também na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza sua reunião mensal para discutir a Selic, a taxa básica referencial de juros da economia. Na segunda-feira, a Selic foi elevada de 18% para 21% ao ano em reunião extraordinária. Mas a reunião surpreendeu e muitos não entenderam porque tanta pressa se não foi feito um choque de juros para controlar o câmbio. Com isso, alguns analistas suspeitam que o Copom possa surpreender novamente. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,9100 nos últimos negócios do dia, em alta baixa de 0,26% em relação às últimas operações de ontem. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 24,650% ao ano, frente a 24,800% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 27,750% ao ano, frente a 28,100% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 6,34% em 8901 pontos. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 2,97% (a 8275,0 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - subiu 3,24% (a 1272,29 pontos). O euro fechou a US$ 0,9710; uma alta de 0,98%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 0,47% (440,08 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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