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Mercados mantêm reações ao cenário político

O mercado financeiro vive dias de forte instabilidade. Este comportamento nos negócios deve prevalecer enquanto houver incertezas em relação à sucessão presidencial. Para o investidor, as decisões sobre aplicações tornam-se mais difíceis.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro vive dias de forte instabilidade. Com a proximidade das eleições presidenciais, um período de oscilações expressivas nos negócios já era esperado. As suspeitas em relação a um pagamento de propina no processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, veiculadas pela imprensa no último final de semana, reforçaram de maneira acentuada as incertezas em relação aos rumos da campanha eleitoral. Para os investidores, a ruptura da atual política econômica é o cenário mais temido. A possibilidade de que isso aconteça tem deixado os mercados nervosos, já que o pré-candidato pelo PSDB José Serra - que representa para os investidores a continuidade da atual política econômica - permanece estagnado nas pesquisas eleitorais. Agora, com as suspeitas envolvendo o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, que já foi tesoureiro da campanha de Serra ao Senado em 1994, os investidores temem uma queda significativa do presidenciável do PSDB nas próximas pesquisas eleitorais. Ontem, segundo apurou o jornalista Fredy Krause, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou o pedido do Instituto Toledo & Associados para a realização de uma pesquisa entre os dias 1º e 8 deste mês com 3.230 eleitores de todo o País. Esta pesquisa foi encomendada pela Três Editorial/Revista Isto É. Também registrou pedido para a realização de pesquisa o Instituto Serpes - Pesquisa de Opinião e Mercado a pedido do jornal O Popular, de Goiânia. Os resultados poderão ser divulgados na próxima semana e é certo que provocarão reações fortes nos mercados, principalmente se o pré-candidato Serra perder o segundo lugar nas intenções de voto. Veja mais informações sobre o cenário político e o fechamento dos mercados ontem nos links abaixo. Decidir sobre aplicações ficou mais difícil Neste momento, decidir sobre aplicações, tanto para recursos novos quanto para a migração de recursos, é uma tarefa difícil para os investidores. No mercado de juros, a tendência de queda das taxas era dada como certa pelos analistas no início do ano. Mas, com o aumento das incertezas no cenário interno, esta perspectiva pode não se confirmar. Se as taxas permanecerem elevadas, as aplicações em fundos referenciados DI (pós-fixados) tendem ser mais vantajosas em relação aos fundos de renda fixa prefixada. Isso vale para quem tem recursos novos. O investidor que já está com recursos nos fundos prefixados deve avaliar com mais cuidado a migração para uma carteira DI, pois terá que arcar com o custo da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nesta operação. Os fundos cambiais e o dólar vêm registrando os maiores rendimentos entre as aplicações nos últimos dias. Os analistas acreditam que, diante de um cenário de incertezas, a moeda norte-americana pode continuar subindo, mas não arriscam dizer em que patamar deve se estabilizar. O consenso é que, nos próximos meses, as cotações registrem forte oscilação. Portanto, quem pretende optar por estas aplicações deve estar preparado para movimentos mais bruscos em relação ao rendimento. Para quem tem dívidas em dólar ou pretende viajar ao exterior, a recomendação do hedge cambial (proteção) é ainda mais importante neste momento de oscilações mais acentuadas. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vem amargando fortes baixas nos últimos dias. Para quem tem recursos novos e pretende comprar ações, a recomendação principal em qualquer período é que o investidor não tenha uma data definida para resgate. Desta forma, mesmo que o comportamento da Bolsa continue negativo, o investidor terá disponibilidade de tempo para esperar por uma recuperação do mercado.

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