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Mercados menos apreensivos com crise política

O desconforto com o cenário político que mexeu com o mercado financeiro ontem parece ter sido superado. O PFL deu sinais de que pode não abandonar o governo FHC, mas o caso ainda deve ser monitorado.

Por Agencia Estado
Atualização:

A instabilidade política sofrida pelo governo federal, com a tensão criada entre os partidos PSDB e PFL, deve ter menos influência sobre os negócios hoje. A intervenção da Polícia Federal em uma empresa da pré-candidata à presidência da República, Roseana Sarney, e de seu marido, Jorge Murad, foi o motivo para o estopim da crise entre os partidos que compõem a base governista. Desde a tarde de ontem, o PFL deu sinais de que pode permanecer compondo a base governista e que o rompimento com o governo Fernando Henrique Cardoso deve se limitar à família Sarney. Até agora, somente o irmão de Roseana, Sarney Filho, deixou o governo. Embora a decisão final do partido esteja prevista somente para quinta-feira, o mercado apostou nesses sinais e respirou tranqüilo, apesar de continuar monitorando o assunto. Essa instabilidade tem influência sobre os negócios no mercado financeiro porque pode abalar as candidaturas dos partidos que compõem o governo, fortalecendo as candidaturas de partidos de oposição. Para os investidores, quão maiores as incertezas com relação ao futuro do governo e sua política econômica, maior o risco para os mercados. Inflação O mercado aguarda a divulgação de índices de inflação. Amanhã serão divulgados o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), referente ao mês de fevereiro; e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), relativo à primeira semana de março. Na quinta-feira será a vez do Índice Geral de Preços - Disposição Interna (IGP-DI), referente também a fevereiro. Argentina Na Argentina, as atenções estarão voltadas para a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do enviado do governo norte-americano. A presença deste está sendo vista como uma surpresa agradável, que sinaliza boa vontade do governo norte-americano para com a Argentina, depois de ter prevalecido um clima de animosidade entre os dois países por vários meses. Números mercados Há pouco, o dólar comercial para venda estava cotado em R$ 2,3280, com alta de 0,09%. Os contratos de swap (troca) de títulos prefixados por pós-fixados com período de um ano pagavam juros de 18,69% ao ano, frente a 18,77% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava em queda de 0,68%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires apontava alta de 0,53%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - estava em queda de 0,42%.

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