PUBLICIDADE

Publicidade

Mercados mundiais despencam e Bolsa cai 6,5%

Os mercados no mundo inteiro tiveram um dia muito difícil, com fortes quedas. No Brasil, não foi diferente e a Bovespa despencou 6,53%. O dólar voltou a passar de R$ 2,90 e os juros também subiram.

Por Agencia Estado
Atualização:

A imprensa chamou a segunda-feira passada de "segunda-feira negra", por causa das fortes quedas seguidas nas bolsas internacionais. Desde então, não só não houve recuperação, como as quedas se acentuaram. Hoje as ações despencaram no mundo inteiro e os números negativos foram impressionantes. Os mercados brasileiros acompanharam o pessimismo. O gatilho da corrida foi o esperado: o maior pedido de concordata da história, feito pela WorldCom, (controladora da Embratel), que acumula dívidas de US$ 41 bilhões e admitiu há um mês que os seus balanços estavam fraudados. O anúncio de resultados pouco animadores de empresas européias e norte-americanas piorou a situação. O presidente dos Estados Unidos voltou a falar ao país, sustentando que a economia real continua sólida e em crescimento. Mas é difícil convencer as pessoas a investir em ações após tantas perdas causadas, primeiro pelo fim da bolha especulativa nos mercados de alta tecnologia, depois pela desaceleração da economia mundial e atentados terroristas nos EUA, e agora por uma seqüência de fraudes contábeis nas maiores corporações internacionais. Além disso, os investidores não esquecem que as investigações chegam ao vice presidente Dick Cheney, acusado de fraude e lucro com venda de ações com base em informação privilegiada. Também há denúncias contra George W. Bush, por tomar um empréstimo subsidiado quando diretor e sócio da Harken. Ele ainda teria usado informações privilegiadas para ganhar com a venda de ações da empresa. A cada fechamento hoje, seguindo os horários de cada país, vinham novos sustos. Pela manhã, os mercados asiáticos encerravam os negócios com baixas na casa dos 2%. Ao meio do dia, eram as bolsas européias que registravam os piores resultados: Londres (-4,95%), Paris (-5,25%) e Frankfurt (-5,15%). A bolsa de Londres está no nível mais baixo em quase seis anos. Ao final da tarde, Nova York confirmava. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou caiu 2,93% (a míseros 7784,6 pontos), o pior resultado em quatro anos. E a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - perdeu 2,77% (a 1282,65 pontos). Mercados brasileiros acompanharam No Brasil não foi diferente. A Bolsa de Valores de São Paulo assustou, com uma queda de 6,53% em 9.892 pontos e volume de negócios, de R$ 580 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 27,14% em 2002 e 11,19% em julho. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, apenas quatro apresentaram leves altas. As principais quedas foram os papéis da Globocabo PN (preferenciais, sem direito a voto), com desvalorização de 20,78%; Inepar PN, com perda de 23,81%. Petrobrás PN caiu 7,50% e Embratel PN teve baixa de 5,33%. O dólar comercial foi vendido a R$ 2,9020 nos últimos negócios do dia, em alta de 1,26% em relação às últimas operações de sexta-feira, oscilando entre R$ 2,8630 e R$ 2,9050. Com o resultado dessa segunda-feira, o dólar acumula uma alta de 25,30% no ano e 2,91% em julho. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagaram taxas de 22,150% ao ano, frente a 21,900% ao ano de sexta-feira. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 25,200% ao ano, frente a 24,560% ao ano negociados na sexta-feira. Os mercados brasileiros especulavam sobre a pesquisa que será divulgada amanhã pelo Vox Populi. Frente ao furacão que passou nas bolsas internacionais, esse não foi o maior problema, mas aparentemente Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, teria avançado alguns pontos, aproximando-se muito do líder Luis Inácio Lula da Silva, do PT, enquanto José Serra (PSDB/PMDB), o favorito do mercado, teria se mantido distante no terceiro lugar. Quanto à visita da vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil, fala-se muito em um acordo de transição para facilitar o início do próximo mandato. Mas, até agora, o apoio indicado com a viagem de Anne Krueger foi só moral. Ainda falta o pedido do governo brasileiro e a coordenação com os principais presidenciáveis. Porém, o processo também não chamou tanto a atenção dos investidores por causa das turbulências nos mercados externos. Às 18h, o euro era negociado a US$ 1,0086; uma queda de 0,36%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em baixa de 3,97% (364,43 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.