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Mercados operam com muito pessimismo

O dólar subiu com força nesta manhã, acompanhando o pessimismo das Bolsas norte-americanas. Em momentos de forte instabilidade, é forte a saída de recursos estrangeiros de países emergentes. O resultado é a escassez de moeda norte-americana, o que pressiona as cotações.

Por Agencia Estado
Atualização:

A operação Justiça Infinita, como está sendo chamada a ofensiva militar dos EUA contra os atentados terroristas do último dia 11, está deixando os investidores bastante apreensivos. Ontem, o governo norte-americano ordenou o envio de 100 aviões de combate e dez navios para o Oriente Médio e Mediterrâneo. Hoje, a decisão tomada pelos clérigos afegãos de deixar que Osama bin Laden - principal suspeito dos atentados terroristas - decida se sairá ou não do Afeganistão só fez crescer o temor de um confronto armado na região (veja mais informações no link abaixo). Com o aumento das incertezas, cresceu o pessimismo e o dólar voltou a subir com força. Há pouco, era vendido a R$ 2,7400, com alta de 1,11% em relação aos últimos negócios de ontem. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 23,990% ao ano, frente a 23,840% ao ano ontem Desaquecimento econômico Os investidores temem que uma situação de guerra crie um ambiente de forte desaquecimento econômico. As declarações esta manhã do presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Fed), Alan Greenspan, reforçaram a percepção de que a recessão será inevitável depois dos ataques terroristas aos Estados Unidos. Greenspan disse que a economia dos EUA vai sofrer efeitos significativos no curto prazo, possivelmente levando os investidores a se afastarem dos mercados financeiros e os consumidores a reduzirem seus gastos. Com esses comentários do presidente do Fed, o mercado entende que há espaço para novos cortes de juro nos EUA na reunião do dia 2 de outubro. Na segunda-feira passada, antecipando-se à reunião, o Fed já decidiu por uma redução de 3,5% para 3,0% ao ano. Há grande expectativa entre os investidores com o pronunciamento dos Estados Unidos, George W. Bush, esta noite, às 22 horas. Ele vai falar sobre as iniciativas dos EUA contra o terrorismo e a crise econômica. Especula-se que Bush poderá anunciar um pacote de ajuda às companhias aéreas. Bolsas norte-americanas voltam a cair Além da questão política, outra coisa que está ajudando a derrubar os preços das ações nos principais mercados do mundo é a enxurrada de demissões anunciadas pelas empresas, principalmente de aviação, tanto nos EUA como na Europa. No início da tarde, o Dow Jones - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - estava em queda de 2,81%, enquanto a Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e Internet - registrava baixa de 2,25%. Hoje pela manhã foi a vez da British Airways informar a demissão de 7 mil funcionários por causa da crise desencadeada no setor com os atos terroristas nos EUA. United Airlines, U.S. Airways e Virgin Atlantic já haviam anunciado milhares de demissões nos últimos dias. Só a Boeing vai colocar na rua até 30 mil pessoas. No Brasil, a Embraer voltou a sentir os efeitos da crise que se abateu sobre o setor de aviação. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) caíram com força e, por volta das 14h40, registravam um recuo de 20% enquanto as preferenciais (PN, sem direito a voto) estavam com uma queda em torno de 16,08%. Com essa queda, as ordinárias já se desvalorizaram quase 47% apenas neste mês e as preferenciais perderam metade do valor. Há pouco, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava queda de 0,66%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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