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Mercados operaram instáveis

Muitas oscilações no primeiro dia de negócios após o pacote argentino. O mercado ainda aguarda os resultados do acordo com o FMI. Contribuiu para a instabilidade a indefinição nas eleições nos EUA, as oscilações da Nasdaq e a alta do petróleo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje os mercados brasileiros reagiram ao pacote argentino, anunciado sexta-feira à noite, depois dos fechamentos, e às fortes oscilações da Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York. Quanto ao pacote argentino, as medidas mais esperadas não vieram. O mercado gostaria que o governo tivesse reduzido o Imposto de Valor Agregado (IVA) para reaquecer o consumo e que já tivesse anunciado o pacote de assistência financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI). Este ficou condicionado às medidas e deve ser anunciado nos próximos dias. Imediatamente após o pronunciamento do presidente Fernando de la Rúa, o presidente do FMI, Horst Koehler, divulgou nota oficial em apoio ao pacote. A Merril Lynch também aprovou as medidas, melhorando a avaliação dos ativos financeiros argentinos. No leilão de títulos realizado hoje, o governo conseguiu reduzir os juros, que tinham subido para 16% ao ano, para 14,5% ao ano. Mas o governo já antecipa dificuldades à frente. A previsão de crescimento econômico para 2001 foi reduzida e o prazo para o equilíbrio das contas do governo foi adiado de 2003 para 2005. E a maioria das medidas depende de aprovação no Congresso. Ainda falta votar o orçamento e as medidas anunciadas em outubro, portanto o pacote não deve ter efeito no curto prazo. A única exceção é a negociação com os governadores das províncias - na maioria, da oposição - a quem o governo pede uma prorrogação do pacto fiscal. Muitas oscilações nos mercados internacionais A indefinição eleitoral nos Estados Unidos atrapalha, mas a principal causa para as oscilações da Nasdaq foi a divulgação de novos resultados decepcionantes de empresas. Dessa vez, foi a Hewlett Packard. Mas, nomeio da tarde a tendência inverteu-se e a Nasdaq começou a operar com alta. Os mercados nos EUA ainda não fecharam. Além disso, o petróleo voltou a subir. Os negócios com o petróleo bruto do tipo Brent para entrega em dezembro fecharam em alta de 0,92% em Londres, a US$ 32,94 por barril. O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Alí Rodriguez, anunciou que o sistema de banda de preços continua em vigor. Há dez dias consecutivos, a cesta de produtos dos países membros está acima de US$ 28. Portanto, se a tendência for confirmada por mais dez dias, haverá uma elevação na produção de 500 mil barris diários. Mercados brasileiros também oscilaram Depois de uma manhã pessimista, os mercados começaram a se recuperar à tarde, sempre oscilando muito. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,74%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 18,200% ao ano, frente a 18,500% ao ano ontem. E o dólar fechou em R$ 1,9520, com alta de 0,10%.

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