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Mercados operaram tensos com o swap argentino

Os mercados foram comandados pelas notícias do swap argentino num dia muito tenso. A Bovespa subiu 0,97%, os juros do DI a termo de um ano subiram para 22,570% ao ano e o dólar comercial para venda subiu para R$ 2,3820.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados tiveram um dia muito tenso e operaram em função do swap (troca) argentino. Hoje foi o prazo final para as instituições financeiras fazerem suas ofertas para trocar títulos da dívida argentina com vencimento no curto prazo por papéis com vencimentos a partir de 2008. A grande dúvida era sobre o montante trocado e as taxas de juros praticadas. Se o volume for pequeno demais, a operação perde em relevância e o governo não terá o alívio de caixa de que necessita nos próximos anos para reorganizar suas finanças, coordenar a retomada do crescimento econômico e reconquistar a confiança dos investidores. Mas taxas altas demais fariam a dívida do país crescer excessivamente, onerando as contas públicas no futuro. Os números finais serão divulgados às 9:30 da segunda-feira. Inicialmente, o anúncio das taxas despertou preocupações entre os analistas, mas no final da tarde, os humores já melhoravam e a previsão é de que a operação tenha sucesso. Porém, resta agora ao governo tirar a economia da depressão e cumprir as ambiciosas metas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Pela manhã, o ministro da Economia, Domingo Cavallo, anunciou que a arrecadação fiscal cresceu 8% no mês de maio. A Câmara de Exportadores da República Argentina (Cera) também divulgou que espera crescimento das exportações argentinas de 3,5%. Mas os números das contas públicas no primeiro semestre ficaram muito piores que as metas e o peso fixo sobrevalorizado prejudica a competitividade dos produtos argentinos. Para piorar, o real não pára de se desvalorizar, sendo que o Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina. Agora, os mercados devem dar uma trégua para que se possa perceber se a economia reage ou não. Uma situação mais tranqüila no país vizinho certamente é boa notícia para os mercados, especialmente nesse momento em que a economia norte-americana começa a dar sinais de reaquecimento. Mas a crise energética, segundo analistas, terá um peso muito maior na economia brasileira. Além disso, as dificuldades geradas pela falta de energia afetaram a popularidade do presidente Fernando Henrique Cardoso e anteciparam o início da corrida presidencial para as eleições do ano que vem. Os investidores temem que a vitória de um candidato da oposição comprometa a política econômica do governo, trazendo muitos riscos. Números dos fechamentos O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3820, com alta de 0,29%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,97%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 22,570% ao ano, frente a 22,400% ao ano ontem. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em queda de 0,78%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,72%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 1,85%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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