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Mercados oscilam e governo segura dólar

Os mercados tiveram um dia de fortes oscilações, com mais uma intervenção do Banco Central no câmbio, a nona desde sexta-feira. O dólar comercial para venda caiu para R$ 2,7150, os juros do DI a termo de um ano caíram para 24,520% ao ano e a Bovespa caiu 2,88%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados oscilaram muito hoje, mas a intervenção do Banco Central, a nona desde que a autoridade monetária resolveu conter a disparada do dólar na semana passada, garantiu que a moeda norte-americana fechasse em queda. O comercial para venda ficou em R$ 2,715. A tendência de médio prazo segue pessimista em função do cenário internacional, mas não apocalíptica como nos dias que se seguiram aos ataques terroristas nos Estados Unidos. No mundo todo, a posição dos governos, especialmente do norte-americano, tem sido de firmeza e bom senso, na visão dos analistas. Além disso, o conflito militar está cada vez mais restrito ao regime Taleban do Afeganistão, que está cada vez mais isolado, e a ações localizadas de vários tipos contra organizações terroristas. Depois do apoio do Vaticano, do Irã e do Paquistão, uma guerra de maiores proporções está descartada. Mesmo assim, a recessão nos Estados Unidos, com conseqüências negativas para o mundo todo, é inevitável. A divulgação do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) relativo à semana dos ataques teve forte queda, passando de 114 para 97,6 pontos, o nível mais baixo desde a Guerra do Golfo, em 1991. Como cerca de dois terços da economia do país é movida por gastos de pessoa física, a atitude mais conservadora dos consumidores indica, sem margem de dúvida, forte tendência recessiva. Ainda assim, essa variação no ICC já era esperada e foi antecipada pelos investidores com as fortes quedas das bolsas em Nova York na semana passada. Para quem esperava medidas de controle do câmbio no Brasil depois da reunião do presidente da República com a equipe econômica ontem, o anúncio da criação da Comissão Executiva de Comércio Exterior decepcionou. A ação do órgão de estímulo às exportações só deve trazer resultados no longo prazo, e a carência de dólares, dado o cenário de retração dos investimentos externos no Brasil, é imediata. A única boa notícia para o Brasil é que a redução no tráfego aéreo e a recessão mundial reduzem imediatamente a demanda por petróleo. E não há muito o que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) possam fazer para sustentar a meta de US$ 22 a US$ 28 por barril. Em Londres, os contratos de petróleo cru do tipo Brent com vencimento em novembro foram negociados a US$ 22,38 por barril, uma alta de 0,36% em relação ao fechamento de ontem. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,7150, com queda de 0,18%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 24,520% ao ano, frente a 25,200% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 2,88%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em queda de 1,35%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,65%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em alta de 0,15%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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