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Mercados perdem o rumo com Argentina

Bush anunciou a possibilidade de apoio financeiro à Argentina, e bancos estrangeiros estariam negociando reestruturação da dívida. Hesitantes, os mercados oscilaram. O dólar subiu para a R$ 2,2600, a Bovespa subiu 1,43%, e os juros do DI a termo de um ano subiram para 23,100%.

Por Agencia Estado
Atualização:

A afirmação do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de que seu país estuda a possibilidade de conceder créditos para a Argentina, somada a rumores de que bancos estrangeiros também estariam oferecendo a reestruturação da dívida do governo afetaram os mercados. Por um lado, as ofertas, que incluiriam contrapartidas ainda desconhecidas do governo de Buenos Aires, estabilizariam a economia e poderiam acalmar os mercados. O fato é que, no mínimo, dariam mais tempo para o ministro da Economia Domingo Cavallo, que nega as duas hipóteses veementemente. Mas, mesmo que sejam verdadeiras, o que se questiona é se existe solução que não envolva a delicada questão da desvalorização cambial. O peso está claramente sobrevalorizado, devido ao mecanismo legal de paridade com o dólar. Esse é o maior entrave para a economia, em recessão há 34 meses. Os produtos do país perdem competitividade e a manutenção do câmbio impede uma retomada. Porém, tanto governo como empresas estão fortemente endividados em dólar, e, ocorrendo uma desvalorização do peso, os débitos se multiplicariam, com conseqüências desastrosas. Além disso, os anúncios criam a expectativa de que o governo realizará a reestruturação com apoio de recursos norte-americanos. Caso isso não ocorra, o nervosismo pode aumentar. Indecisos entre boatos e negativas, os mercados sofreram muitas oscilações. A situação foi agravada pelos depoimentos do Senador José Roberto Arruda, sobre a violação do painel de votação na sessão de cassação do ex-Senador Luis Estêvão, admitindo sua culpa e atribuindo a responsabilidade final ao então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães. Este negou participação no incidente. O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,2600, com alta de 1,12%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 1,43%. E os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 23,100% ao ano, frente a 23,000% ao ano ontem. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 0,45%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 4,81%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires caiu 2,05%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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