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Mercados: perspectivas para a semana

Os investidores estarão atentos ao cenário internacional. Mesmo após o corte de juros nos EUA, o ritmo da desaceleração da economia norte-americana ainda preocupa os analistas. Na hora de investir, o momento ainda exige cautela.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro mundial continua atento ao ritmo do desaquecimento da economia norte-americana. Os números que serão divulgados nos Estados Unidos na próxima semana - volume de crédito, estoques no atacado, pedidos de desemprego e inflação ao produtor -, assim como outros que já foram anunciados, sinalizam o impacto da política de altas de juros que vinha sendo adotada nos EUA para conter o aquecimento econômico e diminuir a pressão sobre os índices de inflação. O corte de 0,5 ponto porcentual nos juros do país, que reduziu a taxa de 6,5% ao ano para 6% ao ano, surpreendeu os analistas, tanto pelo montante quanto pela época em que aconteceu - antes da primeira reunião anual do banco central norte-americano (FED). Como o impacto do corte de juros nos EUA será percebido apenas no final de 2001, os analistas preocupam-se com a possibilidade de uma recessão no país e de que forma isso pode afetar as economias de outros países. No Brasil, o corte de juros norte-americanos provocou euforia nos mercados financeiros e abriu uma possibilidade maior de corte da taxa básica de juros - Selic - na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece nos dias 16 e 17 de janeiro. Os analistas acreditam que o Comitê vai, de fato, reduzir a taxa. Porém, não há um consenso de qual a amplitude da redução. E como fica o mercado financeiro? O cenário internacional deve continuar ditando os negócios no mercado financeiro do Brasil. A expectativa dos analistas é de que principalmente a Nasdaq - bolsa dos Estados Unidos que negocia papéis do setor de tecnologia e Internet - influencie o rumo dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No mercado de juros, as taxas podem continuar caindo, confirmando a expectativa do mercado de que a Selic sejá reduzida na próxima reunião do Copom. No caso do dólar, a perspectiva é de que a moeda norte-americana oscile em função do mercado externo. Em momentos de incerteza, os investidores evitam ativos de maior risco, como as aplicações em países emergentes, preferindo ativos de menor risco. No Brasil, isso se traduz na saída de dólares, o que provoca uma elevação na cotação da moeda. E como ficam seus investimentos? Confirmada a tendência de queda das taxas de juros nesse ano, os fundos de renda fixa - com predominância de títulos prefixados - devem ser os mais atraentes. Porém, existe risco nesse tipo de investimento. O valor da cota desses fundos é marcado diariamente e, de acordo com o risco existente no mercado, ele será maior ou menor. Veja no link abaixo os riscos dos fundos renda fixa. Nesse sentido, quem vai precisar do dinheiro no curto prazo ou, mais precisamente, antes de três meses, deve direcionar os recursos para um fundo sem risco. A dica é aplicar em um fundo DI, ou pós-fixado, cuja rentabilidade acompanha a tendência para os juros e não há risco de perdas. A aplicação é indicada para quem pretende formar uma reserva para as despesas extras, específicas do início do ano. Para quem tem dívidas em dólar ou pretende economizar para uma viagem ao exterior, a recomendação é atrelar seus investimentos à moeda norte-americana. Isso porque, caso a cotação suba, o investidor terá sua aplicação protegida. Mas os fundos cambiais não representam um hedge, ou seja, um sistema de proteção perfeito. Isso porque há a incidência de Imposto de Renda de 20% sobre o rendimento mensal. Já os investimentos em ações devem ser escolhidos apenas por pessoas que não têm uma data específica para resgate dos recursos. Isso porque, em caso de perda, o investidor poderá aguardar até que o mercado se recupere e ele possa conseguir o rendimento esperado. A recomendação é de que apenas uma parte dos recursos seja direcionado para esse segmento e, mesmo assim, apenas quem aceita correr riscos e tem horizonte de longo prazo deve entrar nesse mercado. Outra dica: quem não tem o hábito de investir em ações ou não tem tempo para acompanhar os setores escolhidos deve optar pelo fundo de ações, ao invés de comprar ações diretamente. Isso porque têm a vantagem de aceitar aplicações de menor valor e contar com a gestão de um profissional.

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