Publicidade

Mercados: pessimismo retorna

O anúncio de provável rebaixamento da nota de classificação de risco da Argentina pela agência Standard & Poor´s, o aumento nos preços do petróleo e a queda nas bolsas dos EUA trouxeram o pessimismo de volta aos mercados.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje a A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a cair, fechando em queda de 0,51%. O dólar fechou em R$ 1,9230, com alta de 1,16%, assim como os juros, que, no caos dos contratos de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 17,840% ao ano, frente a 17,620% ao ano ontem. Essas variações indicam uma volta do pessimismo ao mercado financeiro, depois de quatro dias de recuperação e tranqüilidade. Os dados da balança comercial indicaram déficit de US$ 612 milhões no mês de outubro, e a perspectiva é de novos déficits até o fim do ano. Se o governo esperava um superávit comercial entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões, agora já admite a possibilidade de fechar o ano no vermelho. Com isso, a vulnerabilidade externa da economia e dos mercados financeiros brasileiros fica grande. Argentina, petróleo e bolsas norte-americanas abalaram os mercados É por isso que as notícias externas abalaram tanto os mercados hoje, quando se esperava uma véspera de feriado tranqüila. A agência de avaliação de risco Standard and Poor´s pôs títulos argentinos em observação, devendo decidir nos próximos três meses sobre a sua nota de classificação (rating). Analistas ouvidos pela Agência Estado consideram quase inevitável o rebaixamento do rating, refletindo as crescentes dificuldades econômicas do país. A postura é de atenção, pois a Argentina terá de captar um volume grande de recursos para financiar seus débitos, públicos e privados até o ano que vem e há a necessidade de aprofundar as medidas para conter os desequilíbrios nas contas do governo. Além disso, o governo norte-americano anunciou queda nos estoques de vários tipos de petróleo. Mesmo com o anúncio da segunda-feira de ampliação em 500 mil barris diários da produção dos países membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), os preços subiram. Os negócios com o petróleo bruto do tipo Brent para entrega em dezembro fecharam em alta de 0,55% em Londres, a US$ 31,31 por barril. Isso sem contar que as cotações do produto ainda podem oscilar muito em função dos conflitos entre palestinos e Israel, que está longe de uma solução pacífica, podendo afetar países produtores da região. As bolsas nos EUA também sofreram quedas hoje, aumentando o pessimismo nos mercados brasileiros. O Dow Jones - Índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York -, que vinha registrando altas sistemáticas há duas semanas, fechou em queda de 0,97%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 1,28%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.