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Mercados pessimistas com situação argentina

Não há nenhum fato novo que possa sinalizar uma melhora nas condições do país vizinho. Pelo contrário, crescem os boatos de renúncia do ministro Cavallo, de dolarização da economia e de desvalorização do peso argentino.

Por Agencia Estado
Atualização:

A situação argentina é a principal preocupação dos investidores neste momento. Com a proximidade das eleições parlamentares em 14 de outubro, crescem nos mercados os boatos sobre uma possível renúncia do ministro da Economia, Domingo Cavallo, de desvalorização do peso argentino e, até mesmo, de dolarização da economia. No início desta manhã, o risco país bateu novo recorde e chegou a 1.895 pontos base (veja mais informações no link abaixo). Segundo apurou a correspondente Marina Guimarães, os governadores justicialistas e alguns da própria Aliança de governo entraram na Justiça contra a decisão do ministro Cavallo de cortar os repasses da co-participação de impostos e do Orçamento de 2002 às províncias. A estratégia do governo era a de realizar os cortes após as eleições para que o assunto não fosse utilizado como arma de campanha da oposição. Mas, diante da brutal queda da arrecadação, o governo teve que antecipar o anúncio de corte para manter o déficit zero. Em entrevista à correspondente, o analista de mercado, Leonardo Chialva, da Delphos Investiments, afirmou que a briga entre os governadores e o Executivo acelerou a volta da Argentina ao cenário de incertezas, de boatos e de default. "A reação dos governadores aumenta a grande dúvida que existe sobre a governabilidade após as eleições e a manutenção do déficit zero". Há pouco, a Bolsa de Buenos Aires estava em baixa de 0,07% No Brasil, a expectativa é de que o dólar permaneça em alta. Às 10h54, a moeda norte-americana era vendida a R$ 2,7520, com alta de 0,55%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 24,440% ao ano, frente a 24,800% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com baixa de 0,31%. Mercados norte-americanos Os dados sobre o mercado de trabalho norte-americano repercutiram mal na abertura das bolsas em Nova York. Segundo o Departamento do Trabalho, a taxa de desemprego no país ficou estável em 4,9% no mês de setembro. Já o número de vagas disponíveis caiu em 199 mil postos. Outra notícia que pesou de forma negativa para os investidores foi o anúncio da Sun Microsystems que espera, no primeiro trimestre fiscal, um prejuízo superior ao previsto por analistas. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - opera com queda de 0,29%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - registra queda de 1,97%.

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