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Mercados: reação ao pacote argentino

Hoje será a prova de fogo do pacote argentino anunciado na sexta-feira. Muitas das medidas são de longo prazo, mas o FMI apoiou o pacote prontamente, divulgando que negocia um crédito suplementar à Argentina.

Por Agencia Estado
Atualização:

A expectativa hoje é em relação à reação dos mercados ao conjunto de medidas anunciadas pelo presidente Fernando de la Rúa e do ministro da economia José Luiz Machinea, na noite de sexta-feira. O presidente garantiu que a Argentina pagará seus compromissos externos. Entre as medidas anunciadas por de la Rua, estão a eliminação de imposto sobre os juros de forma gradual até o ano 2002; a modificação também gradual, a partir de 2002, da aposentadoria das mulheres, passando de 60 anos para 65 anos, como os homens; a desregulamentação do setor de saúde autorizando a participação de empresas privadas; e a terceirização de privatização de alguns órgãos de arrecadação de impostos. O presidente também apelou ao Congresso para a aprovação do orçamento do próximo ano. Fez um apelo ainda aos governadores das províncias para a renovação do pacto fiscal por um período de cinco anos. De la Rúa garantiu que a Argentina terá o respaldo firme de organismos internacionais de crédito e de bancos privados internacionais para enfrentar "os que estão apostando contra a Argentina". O presidente garantiu finalmente que o governo não vai aumentar os impostos no próximo ano. Ao contrário, disse que haverá uma redução de impostos na medida em que a economia do país começar a crescer. Logo em seguida ao anúncio, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, divulgou nota, afirmando que o organismo apóia as medidas anunciadas pelo presidente da Argentina, Fernando de la Rúa, e que o país poderá sacar fundos de seu acordo anterior com o FMI. Mas não foi anunciado nada de concreto. Segundo ele, as negociações com a Argentina continuam em ritmo acelerado e, em breve, poderá ser anunciado um pacote de ajuda suplementar ao país. Cabe, agora, esperar a reação dos mercados às medidas anunciadas. De qualquer forma, muitas das medidas anunciadas são de longo prazo, e uma grande pendência é a aprovação, antes de mais nada, do orçamento para o ano que vem. Indefinição eleitoral nos EUA continua prejudicando as bolsas em NY Também na sexta-feira à noite, foi divulgado o resultado da contagem dos votos no Estado do Oregon, a favor de Gore. Mesmo sem alterar o resultado da eleição, a vitória em mais esse Estado pode encorajar os democratas a seguir contestando os resultados na Flórida, onde a margem entre os dois candidatos é quase insignificante. O final da contagem dos votos vindos do exterior tem como prazo a próxima sexta-feira. Mas quanto mais durar a indefinição, maior o desgaste para ambas as partes, dificultando a transição para o novo governo, que começa com o pé esquerdo, seja qual for o resultado. As bolsas nos Estados Unidos vêm reagindo mal ao não-resultado eleitoral, acumulando quedas.

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