A notícia do dia no mercado financeiro foi a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que ficou em 0,6%. Trata-se da maior alta em dez meses. A expectativa dos analistas era de um resultado em torno de 0,3%. Já o núcleo do Índice - que expurga os itens de energia e alimentos, considerados voláteis - ficou em 0,3%, quando o número esperado era de 0,2%. Na expectativa de um resultado de forte pressão de alta no índice, o dólar chegou a ser cotado a R$ 2,0240 - alta de 0,64% em relação aos últimos negócios de ontem. Há pouco, a cotação já havia recuado um pouco e o dólar era vendido a R$ 2,0220 - alta de 0,55%. O clima de apreensão verificado no início do dia motivou a alta do dólar, pois, em momentos de instabilidade, os investidores passam a comprar mais moeda norte-americana como uma operação de hedge, ou seja, de segurança. No mercado de juros, as taxas também estão em alta. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 16,490% ao ano, frente a 16,270% ao ano registrados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de 1,63%, acompanhando a baixa dos índices futuros das bolsas de Nova York. O resultado do CPI preocupa os investidores, pois sinaliza que ainda há risco de inflação nos Estados Unidos. A alta de juros iniciada pelo banco central do Estados Unidos (FED) em meados de 1999 tinha o objetivo de conter a pressão inflacionária e desacelerar a economia. Diante de alguns resultados positivos, que indicavam que essa intenção já havia sido alcançada, o FED cortou os juros em um ponto porcentual, reduzindo a taxa de 6,5% ao ano para 5,5% ao ano em apenas um mês (janeiro desse ano). Com os resultados do CPI e do Índice de Preços ao Produtor (PPI), divulgado na semana passada, os negócios no mercado financeiro podem ficar instáveis, já que o ritmo do desaquecimento econômico dos Estados Unidos e a tendência para as taxas de inflação serão reavaliados pelos analistas. Diante de um cenário desfavorável, as reações dos investidores podem ser negativas.