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Mercados reagem a medidas do governo

O governo tenta controlar as cotações do dólar e já lançou várias medidas restritivas na sexta-feira, seguidas da elevação da Selic de 18% para 21% ao ano em reunião extraordinária do Copom hoje. Mas o dólar não caiu.

Por Agencia Estado
Atualização:

Ontem o governo tomou mais uma medida restritiva, reduzindo de 18% para 21% ao ano a Selic, taxa básica referencial da economia. A decisão foi tomada em reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom), com o intuito de controlar as altas do dólar, que não caiu. Mas, em compensação, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) despencou 4,56% e os juros dispararam. Os mercados devem continuar reagindo ao pacote de medidas anunciadas desde sexta-feira, com vistas aos vencimentos de quinta-feira. Analistas comentam que o dólar não cai pela força de especulações de investidores com interesse numa correção alta para os vencimentos cambiais do dia 17, que terão como base a média das cotações de amanhã. São US$ 3,6 bilhões, dos quais apenas a menor parte foi rolada. E, como tem feito ao longo do ano, houve mais renovações de curto prazo, vencendo antes do ano que vem. Assim, os vencimentos vão se acumulando neste final de ano e a instabilidade pode continuar. Para tentar conter o que considera um ambiente especulativo, o Banco Central (BC) já havia anunciado várias medidas de restrição a operações cambiais na sexta-feira. Foram aumentados os limites das instituições financeiras para aplicações cambiais e do depósito compulsório, a parcela do dinheiro dos clientes que os bancos devem manter imobilizado em reserva. Com isso, os juros sobem e menos dinheiro circula. Hoje, o aumento da Selic confirmou essas medidas, encarecendo o crédito, o que reduz o crescimento da economia e dificulta o repasse das altas do dólar para os preços. Juros mais altos das aplicações também podem atrair investidores que têm recursos em dólar, diminuindo a pressão sobre o câmbio. O que alguns analistas questionam é se esses três pontos porcentuais farão muita diferença. Já sobre a Bolsa, é o efeito recessivo que derruba as cotações Também surgiram muitos questionamentos sobre a eficácia das medidas, já que a crise é de confiança. Com juros mais altos, a dívida cresce mais e aumenta o risco de calote, que é um dos principais medos dos investidores. O cenário internacional está muito instável, e os últimos atentados terroristas, incluindo o de Bali, assim como a aversão mundial ao investimento em países emergentes dificultam a situação. E as incertezas crescem na medida em que avança a corrida presidencial. Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL), que desperta desconfianças no mercado, tem larga vantagem sobre seu oponente, José Serra (PSDB/PMDB) e as cotações oscilam muito, enquanto muitos investidores optam por opções mais seguras, como dólar. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,8600 nos últimos negócios do dia, em alta de 1,05% em relação às últimas operações de sexta-feira. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 25,220% ao ano, frente a 23,280% ao ano sexta-feira. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 28,900% ao ano, frente a 28,300% ao ano negociados sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 4,56% em 8450 pontos. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,35% (a 7877,4 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - subiu 0,83% (a 1220,53 pontos). O euro fechou a US$ 0,9874; uma queda de 0,04%. Na Argentina, a Bolsa de Valores de Buenos Aires não funcionou Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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