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Mercados reagem mal ao agravamento da crise política

A Merrill Lynch rebaixou hoje a recomendação para os títulos da dívida brasileira negociados no exterior. Trata-se da 4ª instituição estrangeira a manifestar preocupação com a crise política brasileira neste mês.

Por Agencia Estado
Atualização:

A crise política já afeta análises de recomendações de bancos estrangeiros sobre o Brasil e o rebaixamento anunciado hoje pelo Merrill Lynch teve reflexos negativos no mercado brasileiro desde cedo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de 1,75% nesta sexta-feira, com 25.391 pontos. Com este resultado, a Bolsa acumula alta de 1,36% em julho e baixa de 3,07% no ano. O risco Brasil - taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de pagamento da dívida do país - chegou a 416 pontos. Esta taxa indica qual o prêmio exigido pelos investidores para negociar papéis brasileiros. Neste patamar, os títulos do Brasil embutem um prêmio de 4,16 pontos porcentuais acima dos títulos norte-americanos, considerados sem risco. O agravamento da crise política também já afeta os investidores no Brasil. O receio quanto ao que mais pode ser revelado pelas caixas de documentos em poder da CPI, pela ameaça do deputado Roberto Jefferson de não mais poupar o presidente Lula, pelo aparecimento de saques favorecendo o publicitário Duda Mendonça (que fez a campanha de Lula) e a expectativa de novas revelações nas revistas do final de semana levaram os investidores para a defensiva. O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 2,3980 - patamar máximo desta sexta-feira -, em alta de 1,74% em relação aos últimos negócios de ontem. No mês de julho, a moeda norte-americana já acumula alta de 2,74%. No mercado de juros, as taxas também fecharam em alta. O contrato de taxas pós-fixadas (DI) de janeiro de 2007 terminou com taxa de 17,85%, contra 17,64% ontem. Troca de títulos Hoje o Tesouro Nacional divulgou o resultado da troca de títulos Brasileiros (C-Bond) por outros papéis de vencimento mais longo e com juros maiores. O objetivo da troca, segundo o Tesouro, é melhorar o perfil de pagamento futuro da dívida externa. A operação foi considerada um sucesso. Outra notícia positiva desta sexta-feira foi a divulgação da prévia do IPCA - índice de inflação usado como referência para a meta de inflação - abaixo da média das expectativas. Contudo, nenhuma delas foi suficiente para melhor o humor dos investidores.

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