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Mercados reagirão ao aumento da Selic

O dia será de ajustes nos mercados em função da elevação da Selic de 15,25% para 15,75% ao ano, inesperada pelos analistas. A justificativa do governo é a forte alta do dólar, que pressiona a inflação. A instabilidade internacional continua afetando.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje os investidores revisarão suas posições em função da elevação da Selic, a taxa básica referencial de juros da economia, de 15,25% para 15,75% ao ano. As taxas de juros de mercado projetavam uma Selic mais alta, mas mesmo assim, o movimento do Comitê de Política Monetária (Copom) foi considerado surpreendente e ousado por analistas ouvidos pela Agência Estado. O governo justificou a medida através das fortes altas e instabilidade no câmbio. A complicada situação argentina, agora com Domingo Cavallo no Ministério da Economia, e as repetidas quedas das bolsas norte-americanas mantêm a tensão nos mercados elevada. E a desaceleração econômica nos EUA preocupa cada vez mais. Na terça-feira o Fed - banco central norte-americano - reduziu os juros de 5,5% para 5% ao ano para tentar estimular a economia, mas frustrou os mercados, que esperavam mais, e as bolsas em Nova York voltaram a despencar. Na Argentina, de novo, só existe a credibilidade de Cavallo, criador do sistema de câmbio fixo atrelado ao dólar. O ministro da Economia já divulgou as principais medidas, mas ainda não se sabe qual será o apoio político a ele uma vez que comece a implementar mudanças. Para o Brasil, as expectativas de que o dólar e os preços do petróleo se mantivessem baixos foram frustradas, e já se sente a pressão nos preços. Como o governo baseia suas políticas em metas inflacionárias, a elevação da inflação foi a justificativa para a elevação nos juros. Agora o governo espera haver tornado os investimentos no Brasil mais atraentes, aumentando o fluxo de dólares para o País. Para o investidor, a surpresa do Copom pode ter prejudicado quem apostou em renda fixa. Se as taxas dos fundos estavam balizadas na Selic antiga, a mudança acabou favorecendo quem aplicou em juros DI, pós-fixados. Veja no link abaixo uma análise mais completa dos analistas ouvidos pela Agência Estado e recomendações de investimentos dado o cenário atual.

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