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Mercados: resumo da semana

A semana foi marcada por fortes oscilações nas bolsas norte-americanas. O FED cortou os juros básicos dos EUA. Mas os mercados continuam apreensivos com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Para os mercados, a primeira semana de 2001 foi dominada por acontecimentos nos Estados Unidos. De maneira geral, o cenário brasileiro está bastante positivo, com crescimento econômico e inflação decrescente, em função do equilíbrio nas contas públicas. Com isso, os fatores de instabilidade influenciando os mercados são os eventos no exterior que podem afetar os fluxos de investimentos para o Brasil. Na quarta-feira, o FED - banco central norte-americano - resolveu, em reunião extraordinária, corte dos juros básicos dos EUA em meio ponto porcentual, de 6,5% para 6% ao ano. O FED considera que seu objetivo de reduzir as taxas de crescimento da economia através da política de elevação dos juros, perseguida desde junho de 1999, foi atingida. A medida, então, pode ser interpretada como um sinal para acalmar os mercados. Ou uma tentativa de evitar que a desaceleração econômica seja excessivamente abrupta, podendo até resultar em uma recessão. Porém, segundo analistas, a redução dos juros demorará entre seis meses e um ano para surtir efeito. Com isso, se uma recessão estiver a caminho, a medida provavelmente será incapaz de detê-la. São essas considerações que guiaram os movimentos do mercado. Na quarta-feira, após o anúncio do corte nos juros dos EUA, houve uma euforia generalizada nas bolsas do mundo inteiro, com raras exceções. Mas, nos dias seguintes, dados divulgados a respeito da situação econômica do país agravaram os temores dos investidores, causando quedas. Para o Brasil, houve outros fatos positivos Também na quarta-feira, a agência de classificação de risco Standard and Poor´s elevou o rating (nota) dos papéis de dívida do governo federal. A decisão já era esperada desde fevereiro do ano passado, mas é uma indicação relevante de confiança para o investidor estrangeiro. Na quinta-feira, o governo brasileiro divulgou os resultados de uma operação de captação de US$ 1,5 bilhão no mercado global, com prazo de cinco anos e juros de 10,54%. Porém, uma notícia que pode afetar os investimentos estrangeiros para o Brasil é o anúncio de calote das obrigações da Rússia no primeiro trimestre do ano com o Clube de Paris. O petróleo voltou a subir Depois de quedas sucessivas no final de 2000, os preços do petróleo voltaram a subir. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidirá sobre um provável corte na produção. O acordo dos países-membros parece estar em uma redução de 1,5 milhão de barris diários. Se isso ocorrer, é provável que o produto se valorize. Analistas afirmam, no entanto, que os valores atingidos no ano passado não devem se repetir. Mercados A quarta-feira assistiu à alta recorde da Nasdaq, de 14,17% foi muito reduzida pelas quedas dos dias seguintes. Na semana, o ganho da bolsa do setor de tecnologia teve valorização de 5,05%. Vale lembrar que apesar da forte alta do dia 3, o histórico da Nasdaq é de quedas sistemáticas há meses, estando num patamar muito baixo. Também não há sinais ainda de que a tendência de longo prazo de queda esteja em processo de reversão. O Dow Jones continua oscilando, essa semana com maior intensidade - sem indicar tendência definida. E o petróleo reverteu as quedas do fim do ano, acumulando altas. Em Londres, os negócios com o petróleo bruto do tipo Brent para entrega em fevereiro acumularam alta de 6,92%. No Brasil, apesar do bom cenário interno, os mercados têm sido influenciados pelos acontecimentos nos Estados Unidos. O dólar teve quedas no meio da semana, mas na sexta-feira voltou a subir, recuperando o patamar de estabilidade anterior, acima de R$ 1,95. A Bolsa vem acumulando altas desde 21 de dezembro, apesar da queda da sexta-feira. Entre 5 de janeiro e 21 de dezembro, a Bovespa subiu 13,13%. Os juros vê acumulando quedas graduais, com apostas de queda da Selic, a taxa básica referencial da economia. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam a semana pagando juros de 16,330% ao ano Veja abaixo as cotações de fechamento da semana:   segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira Bovespa (variação) - +1,09% +7,61%, +0,46% -1,60% Dólar (fechamento) - R$ 1,9430 R$ 1,9330 R$ 1,9440 R$ 1,9550 Juros (DI a termo ao ano) - 16,720% 16,330% 16,350% 16,330% Nasdaq (variação) - -7,23% +14,17% -1,91% -6,19% Dow Jones (variação) - -1,30% +2,81% -0,31% -2,29% Dia-a-dia: Segunda-Feira (01/01) Mercado não funcionou. Terça-Feira (02/01) O ano começa com queda do dólar e alta na Bovespa, apesar das fortes quedas em Nova York. O Santander continua trazendo dólares para o país, agora com a oferta pública para as ações do Banespa, que tiveram valorização espetacular. Bovespa - A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 1,09%. Câmbio- O dólar fechou em R$ 1,9430, com queda de 0,41% Juros - Os contratos de juros de DI a termo pagavam juros de 16,720% ao ano Bolsas norte-americanas - O Dow Jones - índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,30%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática - fechou em queda de 7,23%. Quarta-Feira (03/01) Os mercados operaram com otimismo impressionante em função da queda nos juros norte-americanos e elevação do rating brasileiro pela Standard and Poor´s, além da oferta pública do Santander pelas ações do Banespa. A Bolsa disparou e o dólar despencou. Bovespa - A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 7,61%. Câmbio- O dólar fechou em R$ 1,9330, com queda de 0,51%. Juros - Os contratos de juros de DI a termo pagavam juros de 16,330 % ao ano, frente a 16,720% ao ano no dia anterior. Bolsas norte-americanas - O Dow Jones - índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 2,81%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática - fechou em alta de 14,17%. Quinta-feira (04/01) Os mercados operaram com tranqüilidade e grande volume de negócios. As cotações oscilaram pouco, com muitos investidores realizando lucros. O mercado continuou sob efeito da queda nos juros básicos dos EUA anunciada ontem e aposta na queda dos juros brasileiros Bovespa - A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 0,46%. Câmbio- O dólar fechou em R$ 1,9440, com alta de 0,57%. Juros - Os contratos de juros de DI a termo pagavam juros de 16,350% ao ano, frente a 16,330% ao ano no dia anterior. Bolsas norte-americanas - O Dow Jones - índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 0,31%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática - fechou em queda de 1,91%. Sexta-feira (05/01) Os mercados financeiros no mundo inteiro hoje demonstraram preocupações com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos. No Brasil, a Bolsa caiu e o dólar subiu. Os juros permanecem estáveis Bovespa - A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda de 1,60%. Câmbio- O dólar fechou em R$ 1,9550, com alta de 0,57%. Juros - Os contratos de juros de DI a termo pagavam juros de 16,330 % ao ano, frente a 16,350% ao ano no dia anterior. Bolsas norte-americanas - O Dow Jones - índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 2,29%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática - fechou em queda de 6,19%.

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