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Mercados retomam otimismo cauteloso

Passado o susto da queda do avião em Nova York, os mercados comemoram os surpreendentes resultados da guerra no Afeganistão. No Brasil, a recuperação das cotações continua, mesmo que com moderação.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados estão mais estabilizados, ligeiramente otimistas, mas ainda cautelosos. O medo de que a queda do avião da American Airlines na segunda-feira em Nova York fosse um atentado terrorista passou e a conquista de Cabul, além de várias cidades importantes pela Aliança do Norte, animou os investidores. Para quem discutia a continuidade dos bombardeios no Ramadã e estratégias para a guerra no inverno, a tarefa de coordenar a instauração imediata de um governo nacional transitório foi uma surpresa bem-vinda. Claro que nem a guerra nem as ameaças terroristas acabaram, mas há o que comemorar, já que o fim da ação militar - agora mais próximo - e dos ataques nos Estados Unidos certamente terão um impacto positivo sobre a economia norte-americana. As bolsas refletem essa melhora no cenário. Os investidores brasileiros estão tranqüilos. Considera-se que, em grande parte, a crise argentina já está considerada nas cotações do mercado e que o País está resguardado do perigo. O saldo positivo da balança comercial, a manutenção dos investimentos diretos estrangeiros e a renegociação das polonetas, todos acontecimentos surpreendentes, garantem a necessidade de dólares em 2002. Ainda assim, a cautela se justifica. Os últimos índices de preços indicam fortes pressões inflacionárias - que já ameaçam a meta de inflação do ano que vem -, o que contém a desejada queda nos juros. Se o dólar cair muito, pode acabar revertendo os bons resultados da balança comercial. A recessão mundial e a situação argentina preocupam. Pessimismo é grande na Argentina Na Argentina, o pessimismo cresce. Ontem o ministro da Economia, Domingo Cavallo, anunciou que a troca da dívida interna deve estar concluída antes do final do mês. E prevê que a reestruturação da dívida externa saia em dois ou três meses. A única garantia a ser oferecida será a arrecadação de impostos, sendo mantidas as exigências de juros de até 7% ao ano e prazos mais longos, o que o mercado interpreta como calote negociado. Mas os organismos internacionais avisam que sem uma reestruturação ordenada e voluntária da dívida não haverá apoio financeiro. As dificuldades políticas continuam muito grandes, embora a maioria dos governadores de províncias já tenham assinado o acordo de corte no repasse de verbas federais. E os credores, principalmente estrangeiros, não demonstram confiança na operação de troca de títulos. Se houver mesmo um calote desordenado, cujos riscos ainda são grandes, podem sobrar conseqüências para o Brasil. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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