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Mercados têm susto com telefonia e apagão

O apagão de ontem e algumas más notícias no setor de telefonia podem pressionar o mercado acionário hoje. A Argentina continua no foco dos investidores, e já não se espera alteração da Selic na reunião de amanhã do Copom.

Por Agencia Estado
Atualização:

Ontem foi um dia muito agitado nos mercados, apesar do volume de negócios irrisório. Nos Estados Unidos, foi feriado, em memória de Martin Luther King Jr. e à tarde, um apagão atingiu dez Estados do Centro-Sul do Brasil, incluindo a cidade de São Paulo. As más notícias de ontem podem afetar os negócios, especialmente na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O Morgan Stanley Dean Witter divulgou relatório prevendo queda de 6% na venda de celulares em 2002, o que deixou os investidores pessimistas. Além disso, ainda na esteira do assassinato do prefeito de Santo André, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enviou um plano de segurança pública ao presidente da República propondo a proibição da venda de celulares pré-pagos. A medida é apenas uma sugestão, mas pode afetar os papéis do setor. E o apagão, mais uma prova dos problemas no sistema nacional de fornecimento e distribuição de energia, derrubou as ações do setor elétrico. Após o fechamento dos mercados, foi divulgada, a segunda prévia do mês do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que ficou em 0,32%, portanto, dentro das expectativas dos mercados. Como a meta de inflação do ano é apertada, e a deflação esperada para janeiro não se concretizou, as apostas para a reunião de hoje e amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom) são de manutenção da Selic - taxa básica referencial de juros da economia -, nos atuais 19% ao ano. A boa notícia é que o fluxo de recursos continua firme. A pesquisa semanal do Banco Central mostrou que as instituições financeiras projetam fortes entradas de divisas. Para 2001, cuja contabilidade ainda não foi concluída, a estimativa do mercado de entradas relativas a investimento direto estrangeiro elevou-se para US$ 20,5 bilhões. E, para 2002, a previsão também subiu para US$ 16,5 bilhões, enquanto as captações de empresas brasileiras no exterior continuam altas. Missão técnica do FMI chega a Buenos Aires Hoje chega uma missão técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina para avaliar a proposta de orçamento do governo, segundo informação da correspondente da Agência Estado, Marina Guimarães. A partir das análises realizadas, será enviada uma missão negociadora. Crescem as esperanças de que o país consiga um pacote entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões, como quer o governo que já anuncia medidas mais coerentes com os pareceres do FMI, claramente favorável à desvalorização e pesificação da economia. O presidente Eduardo Duhalde determinou que as contas em dólar serão convertidas à taxa de $1,40, e posteriormente corrigidas pela inflação até a devolução, dentro do cronograma estabelecido. Assim, começa o processo de eliminação do dólar na economia para posterior unificação do câmbio livre, prevista para março. Por enquanto, o clima é de apreensão com o câmbio, já que o governo está mascarando os dados das reservas cambiais, já que os contabiliza em pesos, sem esclarecer a que taxa de câmbio, e vem intervindo pesadamente nos mercados para conter a alta do dólar, o que analistas julgam ser insustentável. Ainda assim, ontem a moeda norte-americana fechou ontem a $1,95 peso. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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