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Mercados temem recessão mundial

A possibilidade, agora vista como mais próxima, de que a economia mundial possa estar entrando em uma recessão preocupa os mercados, que reagiram ontem com pessimismo renovado. E a relativa estabilidade argentina não convence.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os dados ainda são bastante divergentes, ou seja, é cedo para afirmar que a economia mundial esteja próxima de um movimento de recuperação ou recessão. Além disso, números muito negativos sobre o crescimento do desemprego nos Estados Unidos na sexta-feira preocuparam. A União Européia, o Japão e alguns países asiáticos também registram queda nas exportações ou desaceleração econômica. E se as principais economias do mundo entrarem em um processo recessivo, o Brasil terá mais dificuldades em atrair capitais externos. Os investidores já operam mais pessimistas e estão atentos para os principais indicadores econômicos. Na Argentina, que é o outro fator de risco para os investidores brasileiros, a estabilidade atual é superficial. Sem dúvida, uma recessão mundial agrava a crise do país, que já não consegue atrair investimentos. Mas a proximidade das eleições legislativas de 14 de outubro traz instabilidade crescente, especialmente porque se prevê uma derrota esmagadora do governo, dificultando os esforços de eliminação imediata do déficit público em todas as esferas. Em meio à campanha, espera-se que o presidente Fernando De la Rúa apresente o orçamento de 2002 ao Congresso nos próximos dias. É pouco provável que o governo consiga evitar o descontentamento popular ao apresentar cortes de gastos e as críticas da oposição às vésperas da eleição. Mas, se a derrota no pleito parlamentar se concretizar, talvez seja a melhor oportunidade para aprovar um orçamento restritivo, mesmo às custas dos mandatos dos próprios senadores e deputados. O processo não será simples, e o mercado deve acompanhá-lo de perto.

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