PUBLICIDADE

Publicidade

Mercados temem surpresas durante o carnaval

O aparente pessimismo verificado nos mercados ontem reflete o temor de que surjam fatos surpreendentes durante o período do carnaval. Os investidores estão assumindo posições conservadoras, especialmente com o dólar, que chegou a R$ 2,4630 ontem.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os investidores, nos últimos dias, optaram por assumir posições mais conservadoras, temendo surpresas durante o carnaval, especialmente do exterior. As boas notícias, tanto da inflação brasileira como da retomada do crescimento econômico dos Estados Unidos, estão sendo ofuscadas pelas preocupações com fraudes contábeis nas empresas norte-americanas e com a entrada em vigor do pacote econômico argentino. Vários índices de inflação foram divulgados essa semana, trazendo boas notícias. Os resultados apontaram deflação, o que alivia as preocupações com o cumprimento da meta de inflação para 2002, que é bastante apertada. Inflação menor permitiria a tão esperada queda na Selic - a taxa básica referencial de juros da economia -, atualmente em 19% ao ano. Hoje será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), que é usado pelo governo para definir a meta, de 3,5% esse ano. Mas o cenário externo está pesando mais que o possível corte nos juros. As bolsas em Nova York não param de cair, mesmo com vários indicadores econômicos indicando o início da retomada do crescimento econômico, antes do esperado. É que a surpresa com a falência da Enron, que maquiou as informações contábeis, trouxe muitas perdas e agora os investidores desconfiam da contabilidade das empresas e evitam o mercado acionário. A cada suspeita, as ações despencam, e é isso o que o mercado brasileiro teme bem no meio do carnaval, sem poder reagir por causa do feriado. A situação argentina é semelhante. O país passou por mais uma semana de feriado bancário e cambial, e a previsão é de reabertura de todas as operações de câmbio sob regime flutuante bem na segunda-feira. Há muitos temores, principalmente quanto à cotação do dólar e sobre o volume de saques bancários, já que o semicongelamento dos depósitos foi relaxado. O maior risco é de que haja uma corrida aos bancos, o que pode até quebrar todo o sistema financeiro, que já está muito fragilizado. As medidas de conversão de dívidas e depósitos em dólar, assim como a proibição de efetuar operações de câmbio trouxeram fortes perdas às instituições. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.