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Mercados: tensão cresce e dólar dispara de novo

O dia foi extremamente tenso com os desenvolvimentos da crise do Senado e com a crise energética. O anúncio da troca da dívida argentina acabou ofuscado. O dólar comercial para venda subiu para R$ 2,3490, a Bovespa caiu 1,14% e os juros do DI a termo de um ano cairam para 22,700% ao ano.

Por Agencia Estado
Atualização:

A tensão dos mercados hoje confirmou a gravidade das crises no cenário econômico e da grande instabilidade do momento atual. Os mercados estão extremamente sensíveis ao desenrolar dos fatos, e as más notícias não param de chegar. No final da tarde, o Banco Central interveio no câmbio, vendendo títulos cambiais. O dólar, que tinha atingido novo recorde histórico - de R$ 2,3680 - recuou para R$ 2,3490 no fechamento, com alta de 0,13%. O dia começou com a renúncia de José Roberto Arruda do seu mandato no Senado Federal, sendo que a de Antônio Carlos Magalhães é considerada iminente. Teme-se agora que ele passe a atacar o governo acrescentando denúncias novas e graves, conturbando ainda mais a cena política. Também foi editada uma Medida Provisória cancelando a validade do Código de Defesa do Consumidor para os casos relativos ao plano de racionamento de energia elétrica. A reação da sociedade foi imediata, os órgãos de defesa do consumidor e juristas alegam inconstitucionalidade e prometem reação veemente. A popularidade do governo Fernando Henrique Cardoso está em risco, o que é cada vez mais considerado pelos mercados, já que em 2002 elege-se novo presidente. A crise energética em si já dá munição à oposição, mas a MP piora o quadro. Isso sem mencionar as graves conseqüências econômicas da falta de energia, ainda impossíveis de serem medidas. Argentina anuncia troca da dívida A gravidade das crises internas quase ofuscou o tão esperado anúncio da troca de títulos da dívida de curto prazo da Argentina. Os detalhes não chegaram a surpreender. Espera-se que US$ 15 bilhões sejam trocados por títulos com vencimentos entre 7 e 30 anos. A previsão é de que a operação esteja concluída no dia 4 de junho. A recepção pelos analistas ouvidos pela Agência Estado foi morna, pois o custo do alívio financeiro de curto prazo pode ser alto. Além disso, o maior desafio não é a reestruturação da dívida, mas a retomada do crescimento econômico. Se o governo não tiver sucesso em tirar a economia da depressão - tarefa heróica com câmbio fixo e sobrevalorizado -, o colapso econômico é certo. Números dos fechamentos O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3490, com alta de 0,13%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,14%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 22,700% ao ano, frente a 23,000% ao ano ontem. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou estável, com alta de 0,01%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,15%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em alta de 1,72%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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