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Mercados testam tolerância com Argentina

Ontem o governo argentino não conseguiu fechar um acordo com as províncias. Mesmo assim Cavallo e seu vice viajaram para os Estados Unidos e começam a negociar a reestruturação da dívida. De la Rúa pretende ir, mas com o acordo na bagagem.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje será mais um dia de teste para a tolerância do mercado financeiro em relação à situação da Argentina. O governo do país vizinho passou o dia todo ontem tentando chegar a um acordo com os governadores de províncias, mas não conseguiu. Hoje acontece uma nova reunião entre os governadores da Aliança, aliados do presidente Fernando De la Rúa com o secretário de Finanças e vice-ministro da Economia, Chrystian Colombo. O objetivo é novamente tentar fechar os detalhes de um acordo. De la Rúa também tentará conseguir o apoio dos governadores justiciliastas (partido de oposição), que ontem sequer participam das reuniões e conseguiram aprovar a distribuição para as províncias do imposto sobre operações financeiras na Câmara dos Deputados. Atualmente estes recursos ficam em poder da União e, caso sejam de fato repassados às províncias, dificilmente o governo conseguira chegar ao déficit zero. O presidente argentino precisa ter este acordo fechado para tentar conseguir alguma credibilidade junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e investidores norte-americanos. O ministro da Economia Domingo Cavallo e seu vice, o secretário de Finanças Daniel Marx, já viajaram para Nova York e De la Rúa pretende embarcar com o acordo em sua bagagem. O presidente argentino espera conseguir junto ao FMI a antecipação da parcela de US$ 1,2 bilhão prevista para dezembro. Analistas consideram que credibilidade da Argentina no mercado internacionais é cada vez menor. As reservas internacionais do país reduziram-se em US$ 567 milhões em apenas um dia - de US$ 18,157 bilhões no dia 1º para US$ 17,590 bilhões. Mas o dado mais assustador, segundo apurou o editor Vladimir Goitia, é a perda de reservas entre os dias 25 de setembro - pico de recuperação das reservas - até o dia 2 de novembro: US$ 4,552 bilhões. O volume é praticamente o mesmo liberado pelo FMI à Argentina 15 dias antes, após o último acordo renegociado. Veja os números do mercado financeiro O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,5650, com alta de 0,12%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 20,952% ao ano, frente a 20,750% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com alta de 1,39%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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