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Mercados tranqüilos com índices de inflação

Os indicadores de inflação e PIB divulgados hoje ficaram melhores do que o esperado e agradaram o mercado. As previsões de queda da Selic em junho cresceram, mas a sucessão presidencial ainda mantém os investidores cautelosos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje foram divulgados vários indicadores de inflação e o PIB revisto do primeiro trimestre de 2002. Os números ficaram melhores do que as expectativas dos analistas e sustentam novas previsões de queda da Selic, a taxa de juros básica referencial da economia, na próxima reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 18 e 19 de junho. Ainda assim, as oscilações foram pequenas e as cotações no mercado ficaram próximas da estabilidade. Em entrevista ao repórter Francisco Carlos de Assis, o coordenador de Pesquisa de Preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Heron do Carmo, disse hoje, em referência à queda da inflação, que "o comportamento da inflação este ano tem mostrado que está ficando cada vez mais fácil alcançar a meta do próximo ano". E o PIB revisto do primeiro trimestre apresentou queda de 0,73% - o mercado esperava mais. Amanhã será divulgada a ata da última reunião, com detalhes sobre a decisão de manter os juros em 18,5% ao ano. Os analistas do mercado esperam encontrar indicações da probabilidade de queda da Selic em função dos argumentos apresentados pela equipe econômica no encontro de maio. De qualquer forma, a queda da inflação, ao menos teoricamente, permitiria novas quedas nos juros. As taxas divulgadas hoje foram o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe referente à terceira quadrissemana de maio, que ficou em 0,06%; o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado 15 (IPCA-15) de maio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com alta de 0,42; e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), registrando 0,83%. Eleição contém otimismo O grande empecilho para uma recuperação das cotações continua sendo a sucessão presidencial. O candidato que o mercado julga trazer menos ameaças à atual política econômica, José Serra, continua apresentando fraco desempenho nas pesquisas de intenção de voto. O mercado espera o resultado de uma pesquisa registrada hoje no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Vox Populi para o PSDB, a ser realizada nos dias 29 e 30. O anúncio deve ser no início da próxima semana, e espera-se uma alta do pré-candidato governista em função de uma exposição maior na televisão e da escolha da companheira de chapa, Rita Camata. Se essa expectativa for frustrada, os mercados podem retomar o pessimismo. Ainda assim, o início da Copa do Mundo já na sexta-feira deve desviar as atenções do eleitorado e esfriar a campanha em junho. Mercados no Brasil O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,5280 - uma alta de 0,08% em relação a ontem. A oscilação não foi grande, a mínima chegou a R$ 2,5210 e a máxima, a R$ 2,5320. Em maio, o dólar já acumula uma alta de 7,03%. No ano, a alta já é de 9,15%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia com alta de 0,24% a 12.728 pontos. O volume de negócios foi bem mais alto que nos últimos dias, R$ 596 milhões. Entre as 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa - houve 23 quedas, mas sem fortes movimentações. O destaque foi para Embratel Participações. As ações ON (ordinárias, com poder de voto) caíram 4,11%, enquanto as PN (preferenciais, sem direito a voto) caíram 4,07%. Siderúrgica Nacional ON e Acesita PN também sofreram quedas fortes, respectivamente 3,36% e 3,08%. As principais altas foram Banco do Brasil ON (3,61) e Usiminas PNA (3,54%). No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em junho, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), terminaram o dia com taxas de 18,320 % ao ano, frente a 18,280% ao ano ontem. Mercados internacionais Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,21%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 0,56%. Na Argentina, o índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires disparou hoje, depois de vários dias de queda, atingindo alta de 6,06%. Apesar das greves e protestos, o presidente Eduardo Duhalde avançou nas negociações com os governadores das províncias e o Congresso renova esforços para votar a Lei de Subversão Econômica. O governo também anunciou um título para compensar os bancos das perdas pela conversão por taxas diferenciadas de depósitos e dívidas originalmente em dólar. A moeda norte-americana, segundo a correspondente Marina Guimarães, fechou negociada a $ 3,45 pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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