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Mercados: veja a expectativa para semana

A divulgação da inflação ao produtor nos EUA mexeu com a estabilidade no mercado. Na próxima semana será anunciado o índice de inflação ao consumidor. No Brasil, os negócios devem refletir o desempenho dos mercados internacionais.

Por Agencia Estado
Atualização:

A economia norte-americana voltou a preocupar os investidores no mercado financeiro no final dessa semana e deve permanecer como foco de atenções nos próximos dias. Nessa sexta-feira, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) ficou em 1,1%, quando a expectativa dos analistas era de um resultado em torno de 0,2%. Os investidores reagiram mal ao anúncio. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 4,0%, acompanhando a baixa da Nasdaq - bolsa dos Estados Unidos que negocia papéis do setor de tecnologia e Internet - de 5,01%. Alguns analistas consideram que, no Brasil, além da influência negativa dos mercados de Nova York, os investidores aproveitaram a alta iniciada em dezembro do ano passado para realizar lucros, ou seja, resgataram os ganhos conseguidos. Na próxima semana, os analistas estarão atentos aos indicadores econômicos norte-americanos e à reação dos mercados em Nova York. Mas isso só começa a partir de terça-feira, já que segunda-feira é feriado nos Estados Unidos. Na quarta-feira, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI). Mas há fatos importantes também no cenário interno. Na quinta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga a ata da sua última reunião, quando foi decidida a manutenção da taxa básica de juros - Selic - em 15,25% ao ano. Além disso, será divulgado na sexta-feira o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente à primeira quinzena do mês de fevereiro. O número é visto pelo mercado como um indicativo para a inflação mensal medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será divulgada no início de março. A inflação, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, é um indicativo para a tendência das taxas de juros. Nos EUA, o aquecimento econômico vinha provocando pressão inflacionária, o que levou o banco central norte-americano (FED) a iniciar uma elevação das taxas em junho de 1999. Os juros subiram de 4,75% ao ano para 6,5% ano. O último aumento aconteceu em julho de 2000. No início de 2001, a taxa caiu para 6% ao ano e, no final de janeiro, foi reduzido para 5,5% ao ano. Na terça-feira, o presidente do FED, Alan Greenspan, em seu discurso ao Senado, antecipou que a estratégia de corte das taxas a partir de agora deve ser menos agressiva. A divulgação do PPI deve reforçar ainda mais essa tendência, assim como o CPI, caso apresente uma elevação acima do esperado. A próxima reunião do FED acontece no final de março. Os investidores também estarão atentos ao preço do petróleo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cogita um corte da produção, em função do desaquecimento da economia dos Estados Unidos. A próxima reunião da Organização ocorrerá em meados de março. Veja a expectativa para o mercado financeiro Na Bovespa, a expectativa é que o movimento de realização de lucros tenha chegado ao seu final. Mas isso não significa que a Bolsa não volte a cair na próxima semana. As quedas nas bolsas de Nova York podem comprometer uma retomada da tendência de alta. No início do ano, os analistas esperavam um ganho de 30% no acumulado do ano. Até essa sexta-feira, ele chega a 6,55%. O dólar deve oscilar em função do cenário externo. Hoje, em função de conflitos no Oriente Médio, a moeda norte-americana superou os R$ 2,00. Caso a questão continue preocupando os investidores, a tendência é que o dólar permaneça em alta. Os juros podem permanecer estáveis ou apresentar alta, caso os índices de inflação fiquem acima do esperado pelos analistas. E como ficam seus investimentos ? Os investidores que pretendem direcionar seus recursos para um fundo cambial devem estar atentos ao intervalo de oscilação para a moeda norte-americana, previsto pela maioria dos analistas - entre R$ 1,95 e R$ 2,00. Com base nesse cenário e no valor atual do dólar, o investidor pode ter uma idéia de qual o espaço que ainda se tem para ganhos. Ou seja, só vale a pena entrar em um fundo cambial ou comprar dólares se a cotação da moeda norte-americana estiver próxima do patamar mínimo do intervalo. Caso contrário, o investidor pode perder dinheiro, já que ele pode estar aplicando em um momento de alta do dólar. A tendência de queda das taxas de juros pode render bons ganhos para o investidor que direcionar seus recursos para um fundo de renda fixa prefixado. Isso porque os papéis que compõem a carteira do fundo, nesse cenário, ganham valor, já que foram comprados inicialmente a uma taxa de juros prefixada mais alta ao que o mercado negocia no vencimento de cada título. Porém, de acordo com a regulamentação dos fundos de investimento, o valor das cotas é marcado diariamente, o que pode provocar perdas, caso a taxa de juros suba. Esse cenário está longe do provável, segundo os analistas, mas é preciso conhecer os riscos da aplicação antes de optar pelo investimento. Veja mais informações no link abaixo. O cenário econômico e financeiro continua sinalizando com boas perspectivas para a Bolsa. Para os investidores que têm tolerância ao risco, o mercado acionário pode trazer bons ganhos. Mas é importante ter alguns cuidados. Direcionar apenas parte dos recursos, evitando ficar totalmente exposto ao risco é exemplo disso. E mais: para os investidores que não podem acompanhar o desempenho das ações, a alternativa é aplicar em um fundo de ações. Nesse caso é o gestor do fundo quem escolhe os papéis da carteira.

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