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Mercedes-Benz aproveita alta demanda na pandemia e lança ônibus exclusivo para fretamento

Único tipo de veículo que registra crescimento de vendas no segmento de ônibus, os fretados ganharam clientela de empresas para o transporte de funcionários

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Atenta às mudanças no mercado provocadas pela pandemia de covid-19, a Mercedes-Benz apresentou nesta quarta-feira, 18, um ônibus voltado exclusivamente para o transporte por fretamento, único segmento que registrou alta nas vendas neste ano porque as empresas precisaram de mais veículos para transportar funcionários em segurança.

Até outubro, as vendas de ônibus como um todo caíram 34% em relação ao mesmo período de 2019, para 11.293 unidades, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Por segmento, a queda foi de 40% para os urbanos, de 38% para os micro-ônibus, de 36% para os rodoviários e de 34% para os escolares.

Novo modelo de ônibus não precisa de adaptações para atender área defretamento Foto: Mercedes-Benz

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Já as vendas de veículos para fretamento cresceram 24%, somando 1.204 unidades no período. A participação do segmento no mercado total passou de 5,67% no ano passado para 10% neste ano. A Mercedes, líder do mercado de ônibus, com mais de 50% de participação nas vendas, antecipou o lançamento do ônibus, chamado de OF 1621, para aproveitar essa onda.

“Nunca tivemos um produto específico para fretamento e esse lançamento vem a calhar com nossas necessidades", afirma Emerson Imbronizio, diretor comercial da Rimatur, maior operadora de fretamento na Região Sul e primeira empresa a encomendar o novo ônibus da Mercedes-Benz, produzido na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Segundo Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, até agora os ônibus para fretamento eram uma adequação dos modelos urbanos. “Os frotistas precisavam fazer modificações no momento de encarroçar”, informa ele, que calcula economia de até 5% no custo da carroceria.

Distância segura

Barbosa afirma que o projeto já estava em desenvolvimento antes da pandemia e que o lançamento coincide com um momento de alta de demanda pelos fretados. Grande parte das empresas que oferecem o serviço aos funcionários passou a demandar mais unidades em razão de terem diminuído à metade o número de passageiros para manter distância por questões de segurança para evitar contágios.

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O executivo informa que passaram a demandar mais veículos para fretamento empresas ligadas ao ramos de energia, agronegócios, equipamentos de saúde, tecnologia, petróleo, proteína animal, minério e a própria indústria automobilística que, no retorno às atividades após a paralisação da produção no início da pandemia, precisou de mais veículos para o transporte de funcionários com maior espaçamento no uso das poltronas.

“Sabemos que essa situação é passageira, pois quando tiver uma vacina não haverá mais essa necessidade, mas o veículo específico para o fretamento era uma necessidade das empresas do setor e foi constatada em encontros e conversas com nossos clientes”, afirma Barbosa. O projeto do ônibus exclusivo foi desenvolvido em parceria com a Marcopolo.

Barbosa, da Mercedes-Benz, diz que frotista pode economizar até 5% com custo da carroceria Foto: Mercedes-Benz

Equipamentos antivirais

Mesmo que a situação volte ao normal no pós-pandemia, Imbronizio acredita que, em razão da necessidade atual, muitas indústrias descobriram o fretamento. “Conquistamos novos clientes”, diz. A Rimatur, com sede em Curitiba (PR), tem frota de 478 ônibus e atende 54 indústrias da região que empregam, hoje, 28 mil funcionários.

De acordo com ele, 100% da frota hoje é utilizada para fretamento. Os 30% antes usados na área de turismo também foram direcionados ao fretamento, pois esse segmento está parado. “Não temos nenhuma ociosidade”, afirma. O empresário também informa que gastou em média 10% do valor da carroceria com equipamentos de segurança como tecidos antivirais nas poltronas e cortinas e ar condicionado com raios ultravioleta para eliminar vírus.

No início do ano a Anfavea previa um mercado total de 23 mil ônibus para este ano, mas recentemente revisou a projeção para 13,5 mil a 13,7 mil unidades.

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